Na demanda pela dignidade, tu deixaste-me pela tua humanidade. Mas cingiste-te ao ser-humano do Ser Humano, prendeste-te dentro do corpo e deixaste-me só, na guerra contra os mais Humanos dos humanos, as criaturas mais endeusadas presas à terra. Bati-me contra aqueles que nos deram as palavras para as coisas. Os cientistas que finalmente decidiram pegar num Ser Humano e vê-lo como ser-humano e dissecar cada pedaço do corpo, da alma e da mente. Alguns deles perderam-se no caminho recto: o bem é um caminho recto, é preciso entortar o Ser Humano, perder o ponto de vista da luz no cansaço, na fadiga de lutar para nada ter; viver para não criar ou viver para destruir, viver no aturdimento do caminho recto ser múltiplo e querer percorrer toda a sua multiplicidade. E pusémos o imaterial em recipientes, chamámos-lhes memórias, sentimentos, obsessões e religiões. E pusémos imitações de latão a guardar os recipientes, demos-lhes funções, nomes e marcas. E pusémos os robôs a matar-nos, e ...