frozen bubbles.
a Pandora reabriu a caixa depois de tanto ser alertada e o dourar dos olhos azulou, recobriu-se de nuvens as lágrimas congelaram entre as pestanas e o nariz cada palavra-bala metamorfoseou-se num líquido ancestral que gota a gota encheu o coração de uma memória adormecida. uma água florescente preenche-me as veias, o sangue congela pelas mortes que foram e virão. perde-se a arrogância e a sensibilidade: também os deuses sucumbem à gravidade. os pensamentos voltaram a cristalizar-se em tiros de gelo, não há melhor conservante para a história que a criogenia e aproveitemos para que deixem de respirar: do mal, o menos. bem vindos à vida de um complexo caótico.