O meu espírito vai lapidar Na névoa que raia como corte A silhueta que há-de inumar Ao doce toque da luz por sorte. I Presságios do último desfiladeiro Das almas que não guardam os ais, Que passais, tempestuoso, derradeiro, Para salgar a terra, que não cresçam mais! Ou de outro mundo que se ilumina Com o curso de cometas e ideais, Onde a geometria já não obstina, Na ciência de todos os vendavais. Intempestivos requiems ao contínuo, Costumes e virtudes anulados, Desvarios da alma de libertino. Arrastando do restante ao resto As cores com que se traça o desígnio Da aridez, um submerso deserto. II Aberto ao reencontro pelo sonho, Na alucinação da alma vigilante, O regressivo espaço, o mogno, E uma memória—a mais obsidiante. Pés tortos pelas mais variadas drogas, Frasquinhos fracos, que abandonaste, Coloridos vasos, os que entornaste, Na praia onde amores e gatos afogas. E quando cessas, tornado sanguinário? De rodar, com os mastros, perdulário, Até ao dia em que recomeças: Tanta, tanta mo...