Nadar para Casa.
A queda livre tem de ter um fim a adrenalina no sangue não é nuclear o suficiente para deslizar num abismo de algas. A minha mente fria descongela para o dilúvio dos meus olhos, para as nuvens que cobrem a cara que sempre reconheci minha. Pareço agir de forma ridícula, tremo e rio sobre chávenas de chá, quando lá por dentro sou um mártir fingido, desejoso por uma alma que se injecte de todos os litros do coração de heroína; ansioso por um coração que purifique cada pedaço da alma alcatroada. Sou um actor de comiseração e arrependimento sobre profundezas escuras. A areia afoga-me em correrias intemporais. Quero amar-te mas não me podes dar o protagonismo do teu coração se sou atómico em teu torno. Nunca aceito o amor, sou sempre um perdedor, rejeito sempre o pico do iceberg . Estas últimas ondas colidem sobre o céu, de um pecador flutuante como eu... água tão fria, e contudo tão doce, são os braços do oceano que me dão à luz.