Canvas
Pintam-se linhas da luz que prisma por entre a erva, Pecaminosos vales de flores de papel e nuvens roxas Defloram-se e violam-se essas virgindades-estéticas Corta-se o branco com os esgares de outro espectro. Preto. Apago o cigarro nas selvagens cicatrizes do braço (do simbólico perfurar da indústria no natural) Escorrem tons de vermelho desta alma tão venal Acorrem anjos para alcoolizar o podre intemporal. Pistolas. Turquesa. Anjos mortos. Sobre campas pintam-se morcegos A aliança é a permissão do podre acto libertino A coroa e o trono têm-na a idiossincrasia: Afoguemos por segundos quem aprendeu a respirar. Branco. A nossa marca é este contaminar O acto jaculatório que conspurca a selva Tememos quem quer retomar no canvas o seu lugar; Tememos apenas a nossa hipócrita-anestesia.