bang your shit
o café sabe a água suja e o cigarro da mesma marca mete nojo. temos o entediante poder de transformar diamantes em carvão, de viver enterros para ter o resguardo do luto, a certeza dúbia de que o morto não pode voltar. e abrimos os olhos na vida para ver os nossos próprios zombies. quão português é isto? saudade é criar fantasmas, é transformar momentos em espectros que dão mais comichão que as memórias. será então vingativo da nossa parte querer bater-lhes com uma pá e tocar um réquiem? quem são os que não vão mas têm de e porque é que as cartas têm de cair na horizontal em cima da mesa. rodar moedas em torno de situações favoráveis porque a sorte está lá sempre, mas nunca passa do estar. saber que não luto por incapacidade faz-me sentir tão covarde por dentro, e só espero, e só espero. dar um passo para fora de casa no primeiro dia do mundo? para quê quando podíamos sair num balão de ar quente e esperar que quando saltássemos - oh espera, mas já vamos a meio da queda. sempre. a mei...