eu só queria um pouco de luz. algo para distinguir o que vai no meio da bruma. e a tua mão dada à minha era a lavra das constelações, a mão que molda o barro da abismal planície azul, o esvaziar de todos os infortúnios palpáveis destes dias. o triunfo do meu ódio a Mercúrio.

e então decidi falar. e não deixei ninguém falar, no entanto...

porque é que me dispo tão depressa? porque é que a braguilha já vai sempre aberta às situações? não há filtro que dissipe a densidade das intenções. e em cada flor que se toca, uma bola de demolição. tudo projectado: Hollywood a infectar os cérebros, eu queria beijinhos à chuva, viver uma cena de cinema, vomitar sangue, entranhas e os nervos dos anjos... e dormir feliz ao fim da noite, como se o tumulto pudesse ter uma rolha.

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