Metropolitano // Rimbaud

Iluminações 28 Metropolitano

.. Do distrito indigo, dos mares ao oceano, sobre o sabre rosa e laranja que lavra o céu vínico vêm montados a atravessar as avenidas de cristal habitadas incontinentes por jovens famílias pobres que se alimentam das árvores. Raro o rico. — A vila!

.. Do deserto de betume foge a direito em desvios com as toalhas de brumas escalonadas em bandas horríveis em direcção ao céu que se recurva, que recua e que recede formado pela mais sinistra e negra fumarada que possa deixar o Oceano em luto, os capacetes, as rodas, os barcos, os traseiros. — A batalha! 

.. Levanta a cabeça: olha a ponte de madeira arqueada; as últimas hortas de Samaria; estas máscaras iluminadas à chama da lanterna açoitada pela fria noite; a pequena sereia de robe brilhante, ao fundo da ribeira; os crânios luminosos nos planos passos — e as outras fantasmagorias — O campo.

.. Os caminhos bordados de grades e muros, contêm por pouco seus bosques e as atrozes flores que chamaram dores e cores, Damasco demoradamente condenado, — possessões de feéricas aristocracias ultra-Renanas, Japonesas, Guaranis, próprias a receber de novo a canção ancestral — e há albergues que não vão estar abertos para sempre — e há princesas e, se tu não estiveres muito sobrecarregado, o estudo dos astros — O céu.

.. A manhã em que, com ela, se debatiam nos estouros de neve, os lábios verdes, os vidros, os panos negros e os raios azuis e os perfumes púrpura do sol polar, — a tua força.

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