L'Accidia Capricciosa
se não é para viver aqui, mas do outro lado,
quem são os abutres e as psicoses para nos guiar?
limpa o pó às auréolas da cisão entre o antigo
e o amor. ergue-te, mariposa proxeneta. até aonde
é que os caprichos do destino
não nos levam?
dos pedestais tudo parece mínimo
e baixo, mas é a arrogância que é baixa,
— plinto sem nome ou título, sangue
no lodo de pantanosos lençóis. até aonde
é que os caprichos do azar
não nos levam?
qual é o correlato entre o teu smoking
e toda a mão desta batota? porque é que
a magia verde não teve em olho o
bom partido e se coibiu com full house? até aonde
é que os caprichos da preguiça
não nos levam?
e se sabes tanto das manilhas das artes,
com as poucas de mortos e as sortes de falências
que te são apanágio—em que casinos ébrios ganhaste
para reconhecer Sucesso ou Virtude? até aonde
é que os caprichos da sorte
não nos levam?
quantas vezes deixaste os dados por lançar?
e quantas acusaste a minha jogada de impostora?
e porque não giraste a roda?
só para ver aonde caem ou pára... até onde
é que os caprichos do jogo
não nos levam?
— fogos de artifício em países perdidos.
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