holy hooker.

"I don't speak German but I can if you like" dizia ela. encontrei-a à esquina da igreja, blasfémia das blasfémias - há uma puta à esquina da igreja.
a coragem que nunca tive, de ver as blasfémias como peças de arte. estremeço ao pensar nessa junção. e o que se passou entre nós foi uma possessão, o pior dos demónios mostrou-me que o mais horrendo crime pode ser realizado no mais são sítio.

a sala expunha ossos em cada parede - aliás... não sei se não seriam os ossos a expor a sala, as paredes eram feitas de macabras caveiras que olham para tudo, as colunas dos mais longos ossos - "how can a mass be given in an awful place like this?" foi o meu último pensamento antes de adormecer.

no fim do sexo eu tremia, sentia que tinha sido eu a fazer as coisas mal, senti que fora eu que a magoara. sentia medo, medo de a perder, mas então e porquê? era uma puta! mas eu tinha medo à mesma... pedi-lhe desculpa incessantes vezes. o peito ardia-me cada vez que falava com ela, sentia-me realmente mal. e continuava a pensar que fosse por minha culpa. eu cria que iria justificar os meios, o facto de ela suster comando sobre mim.

"well, hello..." melhor do que nunca - derradeira blasfémia das blasfémias. onde de antes reflectia o vitral e agora reflectia o brilho da Lua.
morta, fodida e pesada, carreguei-a para cima do altar com as minhas últimas forças (a necrofilia fez-me cravar um dos vitrais para dentro do meu corpo) e assim que a lá pus, caí no chão, sem forças.
e lá fiquei. eu tinha o que queria. e ela já não tinha de viver.
"are you proud of the shame you are?"
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