absinthe.
Hoje vou beber até vomitar a alma!
sempre o mundo contra mim, sempre me faz sentir mal, sempre comum e monótono.
amor a matar-me aos poucos. ódio a torturar-me também. um mundo meu de dor e sofrimento.
um shot pela dor e outro pelo sofrimento, vou-me estragar esta noite e ficar bem amanhã.
fumar disto aqui, meter daquilo ali. garrafas laminadas e sentir a cabeça à roda.
sem Deus nem meus, não há amor nem dor. a minha religião por ti perdeu a crença.
engulo a dor e o sofrimento. mato-me por hoje e ressuscito amanhã.
foco-me na perplexidade do incerto. vejo o desfocar do certo.
a acção não é minha, a voz é grave e os lábios estão secos, preciso de mais absinto.
é um shot pela tortura e outro pelo desejo, vou-me perder hoje e encontrar-te amanhã.
entrego de bandeja a derradeira verdade: que nem sóbrio sei o que escrevo.
tudo é feito de pó branco e aquele que faz de si mesmo uma besta livra-se da dor de ser humano.
álcool nas veias pela vida e pela morte, rancor nas veias pelo amor e pelo ódio.
oiço tudo mas não entendo nada, preciso de mais álcool porque não me sinto bem.
não me venderam mas eu roubei e cigarro atrás de cigarro a droga aproxima-se.
um pelas mágoas e outro pela merda! estou-me a foder para o que digo, amanhã não me lembro.
acordei ao lado de alguém que não sei quem era. fui-me embora de desde o outro lado da cidade.
sinto-me farto de cada ilusão, o mundo é feito de desilusão. bebo e tornam-se desilusões mais bonitas.
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