Legitimidade.
O que é que eu fiz? O que é que eu fiz? O que é que eu fiz? O que é que eu fiz para não merecer o mundo. Porque é que, mesmo se eu afectar toda a gente que exista, me vai parecer que não chega, que a minha mensagem não passou. São nuvens no meu coração de medo, são nuvens do medo de não atingir a fama - se já tenho a má, quero torná-la boa. E viro mesas e parto pratos e puxo as toalhas. E sujo o chão e rebolo nos estilhaços e magoo-me desnecessariamente. Livro-me da integridade, vomito a alma aos media para conseguir que todos falem de mim e do que faço. Mas a que custo? Não é a integridade que se perde mas sim a mensagem - há uma ligação maior às pessoas pelo que fazem do que pelo que pensam. Se eu beijar os pés a quem mais me odeia metaforicamente, agradecendo-lhe pela inspiração que me deu; e depois aparecer nu numa entrevista expondo-me ao mundo como ele me fez, as pessoas vão falar do corpo e não do amor. Eu disse a mim mesmo várias vezes: a tua mãe carregou o rei na ba...