fatalismo do cigarro.
sujo o céu limpo com gasoso veneno.
um cigarro
fumei um cigarro
o fatal cigarro do destino
dever ou direito
viver ou morrer
aqui tens a questão
cada vício é tóxico
cada tudo é pouco
dou um bafo
morro por dentro
dou mais outro
a mim basta
fumo da infinidade
fumar traz felicidade
regra por cumprir
nervo de desobedecer
mas fumo porque quero
porque preciso
porque adoro
porque a alma em si não é real
e o que desvanece deixa de existir
e eu estou vivo
e vou continuar
e vou ficar
é o fatalismo do cigarro
o fumo é tão eterno quanto tudo
mas de mim vão-se lembrar
nasci do fumo
saí de um cigarro
desapareço como tudo
o destino não é fumar
é desaparecer
é um místico no fumo
a magia que não existe
o dissipar de um corpo no ar
um jogo de papel
este revolver
deita fumo
em vez de balas
este revolver bilateral
que atira pela culatra
a minha alma suja o céu
desvanece com o sujo fumo
um sopro pela verdade
o amor também se dissipa
e assim vou. e assim voou.
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