Todo Inteiro
— tradução de "Tout Entière" de Charles Baudelaire
O Demónio, veio esta manhã
Visitar o meu alto quarto,
E, cobrando por me ver em falta
Disse-me: «Quero bem saber
De entre todas as coisas belas
Como é feito seu encantamento?,
De entre objectos negros ou rosados
Quem compõe seu corpo encantador?,
Qual é o mais doce?» — Ó minha alma!
Tu respondes à Aberração:
«Como nela tudo é díctame
Nada pode ser preferido.
Enquanto tudo me assalta, ignoro
Se alguma coisa me seduz.
Ela explode como a Aurora
E consola como a Noite;
E a harmonia é muito requintada,
A que governa todo o seu belo corpo,
Para que a impotente análise
Ao notar os numerosos acordos.
Ó metamorfose mística
De todos os meus sentidos fundidos num!
Seu hálito faz a música,
Como sua voz faz o perfume!»
O Demónio, veio esta manhã
Visitar o meu alto quarto,
E, cobrando por me ver em falta
Disse-me: «Quero bem saber
De entre todas as coisas belas
Como é feito seu encantamento?,
De entre objectos negros ou rosados
Quem compõe seu corpo encantador?,
Qual é o mais doce?» — Ó minha alma!
Tu respondes à Aberração:
«Como nela tudo é díctame
Nada pode ser preferido.
Enquanto tudo me assalta, ignoro
Se alguma coisa me seduz.
Ela explode como a Aurora
E consola como a Noite;
E a harmonia é muito requintada,
A que governa todo o seu belo corpo,
Para que a impotente análise
Ao notar os numerosos acordos.
Ó metamorfose mística
De todos os meus sentidos fundidos num!
Seu hálito faz a música,
Como sua voz faz o perfume!»
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