Na vitrine do ápice da rosa
De entre as esculturas da glacial galeria
Era a rosa a mais rútila, mais vívida
— mais que as legendas, mais que o guia!
De cada pétala, no fio laminal,
Corria orvalho que não era orvalho —
O cronómetro do que é de gelo
Ao prazer e ermo de cada
Troca do dígito no ecrã
E o coração, sempre a sofrê-lo
— Cada gota: do tempo um retalho.
Descongela. Ao calor. Desconsola.
Retém-se a rosa gotejante
A desfolhar, desflorir em lágrimas
O curto tempo da descoberta,
O ápice do que é de gelo.
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