need you now.
"bizarro, a tua personalidade confunde-me que nem xadrez"
despreocupada, caiam-lhe as lágrimas pela cara, borrando o eyeliner e misturando-se com o fumo que lhe saía da boca. parecia ainda ouvir as palavras ditas há menos de um mês, "ultimamente não paro de pensar em ti, é bom sinal?" e as que foram ditas há menos de 5 minutos "nunca mais quero ouvir falar de ti". sorvia o choro, engasgava-se, o fumo saía-lhe pelo nariz e a maquilhagem era de certo o menos importante. por vezes levava o copo com whisky à boca para se engasgar ainda mais até que, numa explosão de raiva se levantou. pegou no casaco e saiu de casa sem justificações a dar.
percorria ruas e ruas, andava pela estrada, descalça e via os carros passarem e apitarem-lhe, mandando alguns eventuais piropos ignorados. as luzes da noite e o céu limpo tornavam a pior noite da sua vida em algo estúpido: como poderiam os sentimentos dela não ter nada a ver com o ambiente à sua volta?
andou, andou, andou, para apenas parar no último sítio em que a queriam.
"passa um quarto da uma, estou um bocado bêbeda e preciso de ti já..."
"eu disse que nunca mais te queria ver! e olha bem para a tua figura imunda!"
"eu também prometi não vir mas perdi todo o controlo e juro que preciso de ti agora..."
"não te vou deixar entrar."
"não vou viver sem ti, por muito que me magoes por agora..."
ele fechou-lhe a porta. as lágrimas voltaram e desta vez pareciam limpar-lhe a cara em vez de a sujar mais. passou a noite em claro, confusa, em frente à casa dele.
no dia seguinte, de manhã, quando ele ia a sair de casa, acordou-a e disse-lhe:
"vai para casa, não sofras mais por mim, esquece tudo"
"o que tu fazes não muda o que foste, para mim serás sempre inocente"
"amei-te e deixaste-me
choro porque preciso de ti
sinto a tua falta porque foste embora
e é minha culpa,
agora estou por minha conta
agora estou por minha conta
foda-se, foda-se, foda-se"
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