Urbe.

Uma prostituta fuma à esquina de um cogumelo, enche-me a cabeça de ideias perversas e abomináveis - eu tinha da possuir. Havia também um redondo gato amarelo que me contava histórias de verdade e consequência; que me repreendia pela cultura incompleta e obtusa... e disse-me que jamais os meus sonhos roçariam as fronteiras da grandiosidade. Sinto-me despido de peso e o meu futuro não tem fé.

Acordei à espera no carro, com a boca seca para -. A minha última reminiscência é de me ter engasgado com um comprimido azul e branco e depois vomitei até à inconsciência... e aqui estou, com os pés ainda molhados de vomitado. E jurei para nunca mais beber... e nunca mais bebi... mas lixei-me.

Os taxistas parecem gangsters e as velhas estão-se a cagar. Satisfeito com mentiras? Entro pela saída e suicídio: o problema é meu se sinto a necessidade de beber e fumar e dançar, o problema é meu se sinto a necessidade de me esconder; e o problema é meu se não tenho amigos e sinto que quero morrer. Eu não estou satisfeito com queimaduras químicas e cicatrizes de cortes de papel em notas.

Já rastejei pela estrada sob chuva, lágrimas, sangue e suor. Mas continuo a manter um secretismo exacerbado, de loucura e falta de senso. Continuo a sentir-me infantil frente a desejos e continuo a desfazer-me na loucura pelo fumo.

Ignorem-me quando eu implorar às portas do céu por mais uma dose - eu bem sei o que me está predeterminado. Sempre delirei por algo diferente e fora desta caixa. Mas nunca vou esquecer o sonho que me crucificou.


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