Escuro do Sol
Caiu do sol um anjo a arder. magoado, transtornado - os seus berros de inconsciência repercutiam nas paredes, regressavam e revoltavam. A família observava, estupefactos com o seu igual em chamas. Tanto futuro possível para a pureza do fogo. O ardor caiu no esquecimento, o anjo abriu as asas, "pai, onde é que está a minha pistola? dizem que a guerra começou!" Os escritos prescritos eram a sua sabedoria, ensinado nas artes da dúvida - essa tendência que de humana tinham os anjos. "Diz-me, diz-me onde está? deixa-me ir sozinho, deixa-me ir sozinho, não preciso de ninguém, não preciso de ninguém". Os novatos aprendem a ler, assim são mandados - ao menos algo do que é nosso nos seja explícito, mas mesmo assim não aproveitou, continuou a olhar para o sol para sentir a mesma cegueira da dúvida e aceitá-la: não se pode olhar para o que não se vê. Era a filosofia da sabedoria dos mais reflectidos aos mais loucos, pensava eu. Sempre que as portas se fechavam neste circo, o...