trago angústias cruéis d'aula demente
Preciso de destapar aquelas nuvens
estão a manchar a minha campa de roxo
e a verdura, colagens, não dá para rir,
não é vidro, nem olho, é campo fosco.
É outro juízo ao mesmo réu, repetição de
L'Héautontimorouménos: a faca e a ferida;
a estrada partida; estilhaço e explosão;
um x-menos-um para a final salvação.
Encolhe-se o eremita, esguia-se a enguia,
acusado de x-mais-um pecados, a somar e a seguir
a isto (não sei se haverá tempo para marisco)
hipoteca-se mais tempo no purgatório, é anuir.
Mas a acusação barafusta porque o público
já não confia em justiça alada. Já a que é popular
é o pântano e a sujidade, a lama e o pudor,
a auréola enmerdiolada de diabretes a escamotear.
Nem o caos nos escuda. Querubins e serafins
fazem bruços nesta merda—e deus-nosso-senhor
saiu quando lhe chegou a mostarda aos botins
(é da lavagem a seco que mais tem pavor)!
Quando recolhidas as emoções
na tranquilidade da sala dos jurados
as lamas sublimam depois do chuvisco
parece que alguns não ficaram sujados.
O silêncio e o nada são a escolha dos inocentes:
gira o mundo noutra direcção sobre pecados
... ... ... hoje o leitor não vai falar.
vivam como se estivessem perdoados.
e kyrie eleison
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