A História.
Procura-se Cabrão N.º XIII
Recompen$a Vivo ou Morto
Da luz projectei uma extensa sombra. Estou a nadar pelos mais pegajosos e nojentos abismos da mente; submerso em sangue, suor e lágrimas. Daqui a sorte levou-me à Descoroação. De todo um Reino que enterrei pá a pá, vi o último adorno fraquejar. O povo revolta-se e os outros procuram um Rei para crucificar.
"A borda... não há forma honesta da explicar, só quem já a ultrapassou é que sabe onde fica."
Enquanto procurava a minha própria realidade, o meu final feliz e pessoal, vi-me a distorcer as barreiras da mente. E a borda? Só saltei para cair: precipícios de desespero, é o que aqui existe: o pânico, o caos e a catástrofe. Foi o que vi quando ceguei.
O Castelo flutua no meio do deserto. Debruço-me sobre o piano, desde o topo do sempre mesmo Cemitério de Chaves. Em nenhum dos lados vejo sorrisos, desespero por respirar. Vivo morto, só acordo quando tento morrer. Toda a luz que vi foi um vazio falso.
Só há uma sombra que me eleva e enterra. Temo que seja outro projecto de sonho, um coração de ninguém. Não me ajudo a mim mesmo, distorço barreiras entre o real e o que sou. Mas não quero que me digam quem devo ser.
Já forcei a mente a normalizar. Abre os olhos, acorda estás na cama, sei lá: eu não estava a sonhar e é isso que aterroriza e se auto-alimenta: mais uma dose para uma nova personalidade. Um jogo constante em que as regras discordam de si mesmas.
O Reino colapsou. O Rei fugiu. A Ligação foi a morte. O Paraíso perdeu-se.
As Jóias da Coroa não eram valiosas. A Máquina engoliu-nos. A Divisão não nos salvou.
E morreram felizes para nunca.
Comentários
Enviar um comentário