afinal é o trauma um diamante esculpido. de várias facetas timbrado. de vários flocos efeitos. observável pela vesguice e pela nitidez. da prudência e da avareza. da gula e do vómito. da luxúria e da cristalina vergonha. Vénus do Nilo e sangue de Milo. lá está diante de mim, o Caos de todos os olhos e todas as jaulas, bem abertos, bem cerradas, repletos da minha própria fúria descarregada. o cemitério de todos os meus pedestais. de antigo testamento na língua, com o contrato por assinar na mão, já rabiscado. e dizem-me para ter cuidado, que o Caos nunca vai desaparecer e vai continuar a consumi-los até que eu descubra uma maneira de esculpir o tal diamante que persigo. as fantasmagóricas árias de todos os zombies ainda vivos, as guitarras eléctricas que me dizem que voltar para trás seria tão mais fácil. os nunca mais ecoados nas gargantas dos corvos, como unhas em ardósias, que me agitam a vontade de viver por medo. é uma tempestade. é ensurdecedora. e a quatro, ou oi...
agarro na caveira do Hamlet e solicito: — sorris para mim enquanto eu sorrio para ti? dá-me a tua melhor dança macabra! giras em voltas e danças tão alegres, a paixão escarlatina, de delirar, de escarnecer, sussurro-te: abracada-arca, não é preciso rimar, quando é amar ou sofrer. vamos lá! dá-me a tua melhor dança macabra! até o tempo e a dança marcarem o mesmo ritmo, deixa às ondas o baptismo gutural, pelo fogo purificar o que Prometeu feito anarca algum dia carregar, não preciso rimar para decidir o que fica e onde vai parar. vamos lá, dá-me a tua melhor dança macabra! tremem-te as pernas, estremecem os músculos, entre cartas e xadrez, vamos mascar rosas, larga as tesouras de podar, que ainda nos vamos cortar... para quê rimar, se já imploras sem desejar. vamos! dá-me a tua melhor dança macabra! quantas vezes o meu nome? no vazio de outra caveira procuraste em vão o ouro do meu olhar? quantos pactos com Deus pensas que nos vão perdoar? não vou rimar, se é isso que de mim estás a espe...
em torno da volta: nada me deixa mais feliz. sempre a arder por excesso de zelo o incenso não intensifica o bom-senso, na deriva, o declive, a órbita do eremita. eu deixei voar o balão de vidro e na algema cristalina da sua liberdade confirmei a majestosa joia do amor.
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