A Água
Não é na corrida nos riachos soltos,
Das lágrimas destes séculos de poetas,
Que montado em saltos altos para pisar lodo,
Encontro quem esclareça águas como estas.
Como canta Quixote—poeta da poesia—,
O torção superficial do riso em mágoa;
E não encontro, nos sabores do rio e da maresia,
Um filtro que torne mais límpida esta água.
E o que excede este abismo do pastoril
(geográfico, artístico, espiritual), Alice,
É a lógica do poderoso sonho do crime:
Quando aquela grande Noite, a de Van Gogh,
Preenche pacificamente o profundo azul
De sorrisos roídos pelas bocas dos Titãs!
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