O Azar
Comovido ao calor, quieto na solidão,
O espírito, como um vento gélido,
Na delonga da última pulsação,
Desliza dedos pelo sonho relido.
Para moldar um cisne tão reluzente,
Esculpes—e com tão pouca audácia!
Aproxima os lábios—lâminas, líquidas:
O Gelo é alma e a Forma temporária.
Esculpes—e com tão pouca audácia!
Aproxima os lábios—lâminas, líquidas:
O Gelo é alma e a Forma temporária.
Sombras e imagens congeladas,
Nas mais frias cavernas dos pólos,
Nas mais frias cavernas dos pólos,
Surgem em vapores, entre as esmeraldas...
— Foi muita tinta esquecida
Com o frio, sob a ponte, pelo gelo,
Na luz, longe do calor da vista.
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