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A mostrar mensagens de maio, 2014

frozen bubbles.

a Pandora reabriu a caixa depois de tanto ser alertada e o dourar dos olhos azulou, recobriu-se de nuvens as lágrimas congelaram entre as pestanas e o nariz cada palavra-bala metamorfoseou-se num líquido ancestral que gota a gota encheu o coração de uma memória adormecida. uma água florescente preenche-me as veias, o sangue congela pelas mortes que foram e virão. perde-se a arrogância e a sensibilidade: também os deuses sucumbem à gravidade. os pensamentos voltaram a cristalizar-se em tiros de gelo, não há melhor conservante para a história que a criogenia e aproveitemos para que deixem de respirar: do mal, o menos. bem vindos à vida de um complexo caótico.

anything

o vento liberta as canções que escondemos entre traves e entraves. vem até mim porque eu vou estar indefinidamente pronto. nem anjos nem cyborgs vão aguentar por mim, o meu coração já não bate, só martela, de certo modo exaustivo, de certo modo incansável. debruçámo-nos no condicional, no se, na ponte bifurcada. e inclinámo-nos tanto que caímos, porque... qual era a dúvida? nem anjos, nem cyborgs vão aguentar por mim, mas já agarrei várias vezes no lençol do destino e remendei-o, cicatrizes e nódoas de escuridão são só percalços.