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A mostrar mensagens de dezembro, 2010

thirteen.

e quem tem amnésia, deixem-me lembrar-vos que as palavras sérias são inesquecíveis, que cada sílaba dita não é passível de ser retirada. i. medos e alegrias me vieram. ainda alguma vergonha de mim mesmo, custa-me saber que a aceitação nem sempre terá sido o meu dom. quem é que nunca tentou escrever uma história com personagens irreais sobre o que realmente se passava na sua vida? as ervas daninhas eram as personagens que por muito arrancasse... voltavam sempre. e apesar das ervas daninhas terem sido em grande parte expelidas, houve ciúme. todo o ódio tem o seu quê de gosto. vi-me a criticar o que mais amo, aquilo que outros conseguiram apesar da falta de qualidade - a literatura pop. referi-me a Margarida Rebelo Pinto que apaixonou jovens sem dizer nada nas suas entrelíneas, estudou-os, com certeza e conseguiu fazer o que queria... sem muita qualidade. a cultura pop nunca será deixada de parte. continuava perseguido pelo passado, sorvia cafés a olhar para quem amara. comecei a

baptism.

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"as crónicas são tão ilusórias" batiam-me com chicotes. agarraram-me que nem correntes. prenderam-me contra paredes. a água escorreu-me pela cabeça, desceu o meu corpo, murmuravam palavras que desconhecia (conhecia lá eu palavras). introduziram-me ao povo que lá estava. era o meu baptismo. batiam-me com chicotes, faziam-me crer no incrível, deixaram as cicatrizes e hoje ainda creio no inexistente. creio no etéreo, na vida depois da morte, na entidade divina, deus supremo. caí no deísmo, caí na religião mais certa. mostraram-me a quem era deus. era o meu baptismo. agarraram-me que nem correntes, provaram-me o improvável, mistérios para além da natureza e agora tudo tem uma explicação, terrestre ou não. não sou estúpido, não caio em esparrelas simples, tudo o que dantes me tinham ensinado e culpado a deus, aprendi a culpar na ciência, excepto o inexplicável, há que dividir ciência e religião. aprendi o que ele fazia. era o meu baptismo. prenderam-me contra p

poor fame.

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idolatro o Amor, a Arte e a Fama. (há um misticismo nas palavras com o mesmo número de letras, elas vão umas com as outras, funcionam.) "um dia fiquei obcecado pela Fama e pensei para mim mesmo, o que é que podes fazer para teres o que queres? e escrevi num papel... e gostei do que escrevi." ponho em tudo um bocado de mim coração e alma tocam com os dedos coração e alma falam pelo corpo penso demasiado - culpas da Vida amor pelo pensamento - arte - fama. mas a fama é a minha mas não a possuo. a minha fama é daqueles que ma manejam, aqueles que falam, faça ou não, escreva ou não, já que tudo o que faço é arte, o que não faço também será detentores da minha Fama, destinatários de cada texto nunca conhecerão o Amor verdadeiro pois o único Amor é pela Arte e a Arte é tudo o que negam. bonito e feio, assim chamam às coisas críticas de tudo o que é diferente, (seriam eles os mais diferentes) amizades reais são uniões de ódio... é sobre eles que eu esc

demise. / vain.

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(ou até "Ode ao Ódio.") "quando enterrei cadáveres, desenterrei corações." pesadelos dos caixões no subsolo, senti-me mal. e sabes que mais me fez sentir mal? ... o mundo não sou eu, não é ninguém. é difícil crer que pessoas são mundos, pessoas são pessoas. e até gostei de pessoas, muitas, algumas, poucas, nenhumas. e então? então as pessoas mudam. muitas odiei, algumas odiei, poucas odiei, nenhuma odiei. o ódio é um sentimento tão horrível, tão inspirador. assim, as pessoas são inspiradas por sentimentos fortes, maravilham-se, amam, odeiam, sentem pena, ... seja, qualquer sentimento pode ser forte. a minha vaidade é forte, e eu gosto dela assim, não gosto? só por si, não preciso de mais. AMO A MINHA VAIDADE. e seria por isso que a escrevo, toco ou desenho, é por isso que preciso. pessoas sem sentimentos fortes, sem reais emoções, com vagas ausências de sentimentos ou... até falsos sentimentos, nunca amarão, nunca criarão arte. claro que ist

innocent.

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" Eu não consigo viver sem ti! Não consigo sequer respirar... pfft claro AHAHAHAH" isto sou eu a livrar-me de regras, a deixar os jogos serem jogados como as pessoas querem mas a mudar por completo os peões do meu. mas és tão inocente, sempre nunca sofreste de culpa. nunca fizeste nada, nunca te mexeste na vida, nunca empurraste uma coisa que fosse, nunca te mexeste de preguiça. ou será? o que me veio à cabeça, as vontades que me deram. vingança, sempre me correu pelas veias. mas pensei... que vingança? ciúme é uma palavra feia mas tu não te pareces importar. o ódio já me encheu o sangue vezes demais e não precisava disso mais vezes, há drogas mais fortes, o lítio é melhor, seja o que for. não valia a pena, nunca valeste a etimologia, nunca valeste a pena. mas diz o que quiseres, mete-me uma etiqueta na testa e chama-me isso, achas que não to fiz já? insegurança é um tema que quero abordar, o aceitar de dogmas como verdades absolutas, o questionar isto e aquilo po

passion. / sanctuary.

a humanidade é a única coisa que nunca quis aceitar, é a única coisa que me resta. da saudade à paixão tudo me corre, tudo me é sangue, tudo sou eu. o coração parece ter ressuscitado, desenterrou-se e voltou para o lugar certo. uma pessoa. tão só uma pessoa; um sentimento, só, só um sentimento; uma nova realidade. eu não estou louco, eu não estou louco, eu não não estou louco.

feelings reborn.

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"you're giving me too many things lately" tudo começa, algumas coisas mais cedo outras mais tarde. algures no meio dos verões as reminiscências perdem-se, ignorâncias devidas às rotinas taciturnas, repetitivas, bruscas. nascem novos pecados que nos atraem mais que os antigos. os sentimentos renascem dos sonos dos outros. nós são dados. todos esperamos, esperamos o nosso acordar, o nosso renascer pelo sono. e não tivesse eu dormido o suficiente e isto seria inexpressivo, indecifrável, nulo. "o que eu quiser" sempre me pareceu algo demasiado egocêntrico, agora temos o que queremos. "midnight at the glamour show on a sunday night"

prologue.

"deixem-me começar!" a história das pessoas é repetitiva e minuciosamente cuidada por fios e fios de destinos que se entre-cruzam. representam pessoas e pessoas, uns e outros, aqueles e estes. nada faz sentido porque tudo tem nós dados involuntariamente pelos Deuses. uns são pretos, outros brancos - racismo nulo, é um conceito de Bem e Mal.  certo dia cruzou-me a linha com outra de alguém sobre qual pessoa não podia ter nada mais a dizer. era vil. não havia palavra outra, os feitos transcendiam as filosofias. mortas frias mentiras. nada é meu, nada é de um conjunto mas é a melhor maneira assombrada de começar um livro obscuro, é sobre alguém vil, despontar das energias negativas que não tenciono transmitir, presas estarão nisto, para sempre soltas mas presas. é o pop actual refeito e transformado em coisas negras já antes transmitidas, tristes mas catárticas. constatações do óbvio menos óbvio por mim feitas. "tudo o que alguma vez serás é vil e falso e patético

fear. / horror.

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"before the story begins, is it such a sin, for me to take what's mine untill the end of time?" decidi voltar à cena do crime e vi o morto tal como o deixei. "why did I ignore you? why didn't I bury you? why did I stab you those 50 fucking times? why did I drown you and why do I feel the evil going through my blood? why the hell did I write 'I HAD TO' in the wall?" o único medo que tenho é de mim, o que me apetece fazer e o que faço, a minha indistinção entre o que quero e o que preciso. as mortes que causaria se pudesse dão-me pavor durante a noite. és um medo / um terror. é um pedido de socorro, tirem-me da caixa onde me meteram, de onde não saio, onde crio teorias sobre o que existe e o que não existe, onde a sanidade se torna insânia. pego no aniquilado e corto-lhe no peito a palavra "LIAR". abro-lhe a mão direita e escrevo "WRONG" em letras escarlate que lhe vão da palma à costa da mão. fecho-lhe a mão esquerda e esp

vanity.

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"don't be scared." dei por mim envolvido já, nunca negado, em reminiscências inexistentes, miragens oníricas desejos de mais e mais. senti nostalgia no prazer, algo remoto contudo no meu corpo senti a minha ignorância queimar-me e nas chamas ser consumida acima de tudo senti-me rendido às evidências ao que ignoro e não devia, a sentidos em mim despertos, outrora meio acordados, meio mortos, num impasse, chegava a desconhecer a sua existência e agora são irrevogáveis. procurei o melhor para dizer num pouco perdi o contacto em tão só duas falas. "je ne sais pas," "o que a gente quiser," o facto é que não sei, não está em mim o conhecimento, não em que tornar o que quer que seja "isto." e isto é tudo culpa dos monstros, desde então mo apeteceu, não sei porque não o fiz mais cedo... acho que me viciei e perdi algumas virtudes.

venom.

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 se um dia eu for tóxico, decidir falar o real,  criticar ébrios e promíscuos,  pobres, ricos, podres e vitórias,  vomitar acima de tudo o que é estranho e decidir voltar às origens,  aos dias em que nem sabia o que escrevia ... então, cortem-me os dedos porque tenho ideais fixos "a felicidade atingiu-nos como que um comboio numa linha de ferro"

disturbia.

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"am I haunting you tonight?" “Porque é que me sinto assim?” davam por si a meio das tardes, sempre por volta das mesmas horas a questionar-se com o mesmo. Ele deitado na cama a meio do quarto e ela, por outro lado, rodando de uma forma lenta e fóbica na cadeira. O quarto sim, envelhecia todas as tardes, teias de aranha penduradas, pó acumulado, pó no ar. “É como se a sombra fosse luz” disse ele, esquecendo-se de já se ter esquecido o que era a luz. Ela continuava a rodopiar na cadeira, não o ignorou mas respondeu-lhe de outra loucura: “Consegues pendurar-te de cabeça para baixo apoiando-te no chão?” E permaneceram os dois calados olhando para o infinito à sua frente, nenhum olhava o outro e nenhum dizia nada por momentos quase semi-eternos. Ela levantou-se, aproximou-se do piano velho que tinha pertencido aos seus avós e passou a mão pelas teclas criando um som que piorou o ambiente negro do quarto. Havia dias em que ele prendia as próprias mãos com uma corda

back to december.

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"make a wish" "why?" "it'll come true when you kiss the one you love under the mistletoe" "do you love me?" "do you?" ... temos tendência a pensar que precisamos de ser outras pessoas para o mundo rodar como queremos. se fossemos outra pessoa não seríamos a mesma e o mundo já não giraria como dantes o desejávamos. talvez sejam meras filosofias do desejo ou apenas um sonho anti-metafísico... o que fiz justifica os corações partidos de todas as almas caídas - isto sou eu a engolir o meu orgulho, merecer inferno, abrir os olhos e ver uma floresta de espinhos e andar à chuva, desamparado, desfeito de motivos, doente. e os ícones sem significado que preenchem a casa, serão efémeros (que nem cliché), como tudo o é, e mais tarde guardados, como sempre foram para para o ano que vem voltarem a aparecer. complexa altura e tradição em que a religião se sobrepõe a tudo e unifica as pessoas. mas se a minha religião fores tu e eu