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A mostrar mensagens de junho, 2014

floate inbetween reasons.

disparo a minha pistola de criogénio sobre estas ondas de mercúrio, pois tenho uma espreguiçadeira de fogo que me aqueça as costas. e lá no fundo eu não cumprimento a noite por estar com ela todos os dias. sou um candelabro de tatuagens cadavéricas ao fundo do poço, e escalo, escaldo, escapo, para que as escamas me escorram do corpo. quero que o rufar do tambor me persiga em cada passo e percalço, para arrefecer o leito da morte a cada segundo em que penso "podia estar calado" os meus caninos jaculam veneno sobre açúcar em pó, de poros e diásporas: escavei um buraco demasiado grande para nele só raptar a tua dignidade numa luz que cega o próprio túnel, num cano de esgoto que cospe balas. e com crenças não se brinca, mas só acreditamos no que cremos finalmente, o tóxico SE: se foi para amaldiçoar reuniões, o céu já não é nosso para ser só meu e só teu. ultra-violência e decadência.

ultraviole(n)t.

a nossa queda de meteoros desfigurou as nossas caras. estamos numa Ilha de desilusão mútua sem compreender ou comunicar, infectados pela Doença. não nos conhecemos. só o narrador sabe das possibilidades ingratas, entregues de bandeja a quem não tem mãos para segurar, olhos para ver ou boca para saborear. no meu espelho roto eu sou a imagem da decepção. caminhar de mãos dadas em direcção ao pôr-do-sol. e nunca nada foi melhor do que esperar por melhores dias ao lado um do outro. todas as nossas conversas eram a primeira e nenhuma nos entristeceu... como seria isso possível, se depois da morte só há a boa vida? mas matámos os narradores e a história não prosseguiu da forma como a plantámos. há demasiadas possibilidades. matei-me e já não sinto. matei-me e o meu corpo só mente. sou posse de uma Nuvem de Fumo, a que melhor conheceste. observar-te traz memórias-chicotadas que não tive e não consegui dizer. observar-te dá-me medo de falar por medo de magoar. caminhar em frente é sentir p

black bachelor.

passo a passo sobre um chão turquesa percorre um noivo negro a distância de um funeral. ignorando integridades e sociabilidades, comenta consigo mesmo: limpo à erva a merda que tenho nos sapatos. acendeu um cigarro. fartou-se. ateou um incêncio. antes de sair de casa acendeu um pau de incenso sobre um aquário. olhou pela janela para se desiludir com o céu enublado. se todas as escolhas que fazemos na vida são entre amor e poder, então o simples facto de ter um coração é uma deficiência. é um erro na arquitectura do corpo. o céu não lhe permitiu amar o belo. o céu só une os povos quando não há nuvens a tapar a nossa ligação ao sublime. as nuvens reflectem os sentimentos da cidade, tornam-na egotista. na rua, passou por uma mulher que lhe disse "poor baby, sweet child, life's cruel and full of betrayal, that is my only lesson to you". tornou a olhar para o céu para pensar que a lua teria sentido a obrigação de se dissipar. o cúpido serve à vénus para fazer rir dos mor