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A mostrar mensagens de novembro, 2013

Âncora

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Eu dei um murro num espelho para o despedaçar. Então vi o mundo filtrado por estilhaços, num obstante desconfiar. Os meus pés estavam cépticos de pisar o chão. Deixei bem claro e sem apologias: que me aborrece e repugna o real. A vaidade que me sustentava foi trocada por lama e miasmas-espirituais. Sobrou um deserto pantanal onde a água só corria corrupta, o ar inspirava dor e o sol queimava sem iluminar. Fugir de tudo não bastava sem mergulhar. Dei comigo viciado na queda; sem vertigens: só adrenalina. Eu caí numa profundeza estranha. Um oceano complicado onde já só me alcançam as tuas mãos. E o que resta é sombra. Só tu és contacto e alma, porque sou egoísta ao ponto de dizer que o resto é morte. És a essência que me ancora à realidade e faz respirar no afogamento.

Ruptura

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Martirizam-se pelos meus despojos, Pelo póstumo de uma criança bem-educada Que resultou nisto! E isto é a diferença! Uma ressaca pela falta de compromisso, Um refluxo da ruptura. Exorcizei preceitos morais e religiosos Do corpo que não cabia na forma Onde o pretendiam derretido. O corpo que escorreu no revogar Constantemente decadente Da memória desamorosa, pesarosa. Quem falhou fui eu , nato como vomitado, Que nunca sentiu pulsão pelo certo; Que a irreverência apaixonou Mais que o amor-profissional sustido. Vamos fingir para sempre, Arrependidos das drogas e do sexo. Não tenho de me justificar: A crítica flagela o corpo e não a mente, Que é minha, apesar de rota.

Medicação

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Preferiam que fosse prostituição e absinto barato? Estamos fartos de sonhar por não ser morte. Atolados de gravidade para não poder flutuar. Engolidos pela verdade ignorantes do idear. Não é só escapar: é sobreviver bem. Vivemos a amar por não viver sem. De corações a magoar e preces também. Prefiro não acordar afastado de vocês. E dói-me o corpo quando não liberto a alma. Desculpem, eu amo-vos e preferia não viver sem vós. feeling low from living high.