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A mostrar mensagens de agosto, 2016

Destati Chaos

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acorda estende a mão chegou a hora, acorda as portas vão ser separadas acorda, acorda, acorda lembra-te, tu que tremes acorda, lembra-te acorda, acorda estende a mão acorda, acorda chegou a hora novamente as portas vão ser abertas lembra-te, tu que tremes acorda e lembra-te não o queres mas pertence-te o que perdeste tornar-se-á um só o caos que exorcizaste é um fragmento de sofrimento infantil. esse tipo de escuridão, leia-se: da falta de sinceridade que tens para contigo mesmo, não se expele pelo simples facto de querer. a purificação do corpo (do espírito ou do coração, se acreditares ou preferires) é tão menos complexo.  mas cala-te, já falaste durante demasiado tempo o demasiado pouco. pões em causa o que sou. no fundo não pensaste que ia ser assim tão fácil, pois não? a constante guerra com os meus instintos e o destino cala-te, ainda não é a tua vez, nem virá tão cedo. viste o que fizeste? viste o quanto tiveste de rezar para evitar que as lágrimas ca

Guzmánia

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no corredor do jardim das rosas, no meio dos arbustos húmidos, da noite em que tudo ficou  — se for aquela mesma. há sempre uma excepção para tudo uma luz que trila no eco das ondas do lago em que se desfaz o reflexo — de tudo o que lá se via. no meio das rosas há uma outra flor como tantas, mas esta mais, mesmo mais, mas muito mais — rubro ânimo dos meus ideais. que reluz sem florir destapa o fumo azul a luzir do reflexo ao lado do lago — em que tudo se esconde. as vermelhas cadeias de vapor do orgulho, o negro encher-se de si próprio, arrogante verdade — frágil e insustentável, treme.

Coleridge Blues

O relógio faz tic e os ossos que pisas tac . Os manuscritos que me deste a decorar escorrem lama porque os deixei cair à fonte, deliberadamente, para me poder ajoelhar no palco, dos momentos de abertura ao fecho das cortinas, e soltar a maré do improviso. Quando os quatro cantos do redemoinho desabam e a ilusão que estava entre o roxo e o negro, o histórico e o histérico, essa suspensão dissipa, atiro os braços à cama, sem hábito ou vício, fecho os olhos e, a rezar, componho uma carta ao amor. Digo-lhe para engolir o seu destino, pensamento e expressão. Fico a sós com o suplício. Penso em tudo: a acusação de bruxaria enquanto te ferram a fraqueza na alma. E eu fecho o punho e guardo a força eterna nas palavras, solto a sensatez romântica no pranto e permaneço na desventura. De novo, no palco, a gritar porque o inferno me saiu pela culatra: os monstros dançam e pontuam as celas. O ferro que se crava nas costas entende o aperto da vontade de poder. Arde a febre absoluta, o desej