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A mostrar mensagens de setembro, 2011

Lapsos.

O Homem morre. A besta cai. A planta perece. Até os continentes colapsam. Só a morte é a resposta para a vida. Uma única e derradeira finalidade para o estrondoso trauma que é não significar. A vida é um espelho por onde passamos, o reverso do nosso inverso é um fim. São estas as únicas verdades que devemos considerar e manter. Tudo o resto muda, tudo é uma esquizofrenia sonhada pela falsa esperança da miragem que é o objectivo. Cordas e acordes... e acordou de um fumo para um novo sonho. Desvanece mais uma copa e os diamantes desvalorizam. Racionalizam-se facilidades e o tempo conta-se a si mesmo. O espaço é uma velha finitude. O espírito reside na galáxia e não em nós. Defino a liberdade como uma tirania, e a tirania como uma liberdade. Para nós, ter ideais é errado. Não há chave para o mundo a não ser viver o pedaço de caos puro, sem anestesias nem sedativos, que todos percorremos diariamente. Desdenhando poder, ele ostracizou a projecção da comunidade e aprendeu a sua própria

A Outra Promessa.

ao meu avô. Um último pôr-do-sol de mãos dadas As sombras estendem-se em tapetes, Voltámos uma última vez para casa. Hoje a chuva cai de um céu mais bonito, A nostalgia assombra e conforta, E os desejos do passado não se realizam. As memórias nunca me vão abandonar, Se a perfeição existe, fomos nós que a conhecemos, E vai haver sempre alguma linha que nos una. Os dias finais de mais uma jornada, Vou ficar tão melhor quanto pior. Mas tu não pertences a ninguém - e estás sempre comigo. Quem é que me vai levar ao parque? E cantar para me embalar? Gelados sabem melhor em companhia. Eu nunca disse as poucas sílabas de um resumo E agradecer não basta, porque me envergonho. Não estamos perto de um adeus. Mas eu amo-o.

A Mentira de Ouro.

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Há um certo ponto em que a preguiça se torna no pedaço mental de uma fábrica. Não fazer nada; pensar num cigarro; enrolar o cigarro; fumar o cigarro. E fico preso numa espiral de sonhos repetidos até ao ponto em que pratico realmente as acções anteriores. Se tudo à minha volta é uma prostituição de ideais, eu não vou ficar por alterar. O que procuras eu enterrei, quem chamas desapareceu. A memória foi um sonho, um desejo ilícito que mantens vivo - na tua incapacidade de existir. A torre são restos de um avião e voar acontece constantemente.  A Mentira de Ouro foi o código deixado - nem tu nem eu decifrámos. O resultado de uma equação sem incógnitas foi a separação entre os infinitos. Ganhares foi nunca teres as mentiras que disseste escritas. E agora cultiva um ódio pela assunção. Vives por entre o fim do mundo no precipício de ti mesmo - queimas as roupas que usavas para a nostalgia não te queimar a ti. A tua mente está esburacada de tanto escavares... mas não és tu quem guarda a

Espelhismos.

Sou não sou? E porque não? É assim que tem que ser. A sério? Sou um diamante. Sou um Ás de Copas, talvez deva ser jogado. A Lua brilha em forma de coração e o céu é roxo, um Reino só para mim, um corpo para eu possuir. Deixar para trás a minha pessoa que tem sono, para viver acordado mais um sempre. Sem alvorada nem crepúsculo, o dia mantém a sua fé. Uma inabalável rosa cujo orvalho reflecte todo o tempo, é espezinhada para se manter em pé, para desabrochar novamente e nunca perder o brio. O fumo é um oceano sem pontes por onde nado para casa, sou um peixe e o cansaço afunda-me. Lamento, eu adoro-te mas as chamas gritam o meu nome e eu não caminho sem as minhas muletas, muito menos para o inferno.

Brindes Assertivos. / Cobardia e Hipocrisia.

Se existir não magoasse, a vida era uma constante dor sem significado. A culpa tem sido sempre o lado pesado da fama, o conseguir não conseguir. Mantém-se aquela inocência de não querer perder a doença, a que nos mata, por achar que é a única coisa que nos mantém vivos. Morro por dizer que as marés alentam quando desapareces, Que já vivi alimentado de fome e o orgulho não é um luxo. Quando sabemos o que dizer já passámos a ser mudos. Há sempre novas chances de desaparecer e as mesmas velhas de viver. A princesa cavalga para a sua riqueza quando sabe que sobreviveu. O escuro facilita a simplicidade do que vemos, reflexos e ondas. Quando os príncipes voltarem já só vai haver um trono e a guerra vende-se. Eu não sou louco, eu não sou louco, eu não não sou louco.

Jóias da Coroa.

Sob pressão e sou perseguido por cutelaria - numa Hollywood de fanáticos em debandada pelo troféu dos troféus. E sejamos bem-vindos à selva, as bananas perseguem as nossas caudas enquanto nos catamos mutuamente. Este areal está pavimentado de lamparinas mágicas e os desejos são novos acordos de caça que travamos com os predadores. Eu não quero viver de medo e doença - no fundo, ou no topo, eu só me queria sentir a flutuar, isto é... os cigarros não são cigarros. Esta luz é nuclear e o peso manda mais que a mente, a mão treme mais que sempre. A sedenta fome de informação infecta o cérebro, quanto mais sabemos menos interesse temos. Mas a história só resguarda quem faz merda, e é por isso que tu cá vais ficar... e é por isso que vou ser imortal. São os sinos que ecoam as palavras "juntos para todo o sempre." Um grifo em quem os ecos confiam e os rumores transitam. A vida não é um quadro. Basta dizer o que querem ouvir para ser chamado de nojo pela noite - nada se aproveita.

Pontos Finais.

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XIII. 12. 11. X. 9. VIII. VII. 6. 5. 4. 3. II.  [ mergulho profundo ] está tudo a voltar até mim,... a verdade memórias tão crípticas, mensagens tão subliminares... medo e ódio e nojo e calor. um silêncio profundo que deve ser quebrado. uma história de fragmentos contados e nunca juntos. cada vez mais se fecham os olhos. a memória é tão natural, tão simples, um fio de fumo prestes a desvanecer. quem és? és tudo o que não querias que fosse. onde está a essência?, se é que deve ser encontrada. uma criação da ignorância. para lá da escuridão não está a porta da luz. o meu santuário de medos e mentiras, fugi quando a tua voz me abandonou. não quero fugir mais. um mundo mediano. um meio esquecido. o meio termo da verdade e da mentira não é a realidade. quero que juntes as peças. eu vi o teu coração e sou eu. quem é ninguém? são os que nunca existiram e te influenciaram. METAMORFOSE INTERMINÁVEL. vim pedir a misericórdia. és a fonte da poeira no coração.

Manifesto de Personalidade.

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Viver por detrás de um ecrã. Esquizofrenia não é teatro, toda a pessoa foi esculpida, um vai e vem de fingimento. Nem uma sombra da fama possuem, obceco com o nojo de cada ser. Sempre um vilão, vivo imbatível, nariz empinado e andar de Aquiles. Um ser múltiplo num viver único. O sarcasmo é um bosque e a agulha é a resposta, uma demanda que deu que rir. Estrelas na minha bandeira, encontraram a BILLION DOLAR LIE. O cigarro faz perguntas, mas nem pessoas somos.

A um Quarto das Quatro.

Não há que mudar nesta cama. Minha Nova Iorque sem significado. Tristeza selvagem inexistente. Afogado em conforto. Paz, luxúria, solidão e felicidade. Toda a gente obceca A riqueza e o reinado, uma coroa, Posse megalómana de tudo, Nunca pensei, mas posso ser um vagabundo. Que se fodam, sou um dragão. Mesmo quando os caminhos tomam forma de garfos E as colheres falam comigo mal das facadas O prato é sempre o mesmo, um largo pedaço de tempo A só, à fome.

Rugir.

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A Lua reflecte o brilho de cada azulejo que piso, debaixo do céu roxo. Pé ante pé, cravo-me no chão, na brutalidade da besta em que me tornei. Foram velas rezadas a preces por responder. Fujo das memórias que me querem exorcizar destes nojos - como pérolas de luz que não purificam o doente. O sol põe-se numa nova sombra de vermelho que reluz no sangue e suor por onde nadamos. A passagem adiante fecha-se por entre derradeiros espasmos vitais. Os meus uivos cantam arrepios na tua espinha. Escapar à luxúria e à vaidade levou uma vida. Decidi elevar erros a dogmas e deificar ícones de guerra. Agora arruíno-me. Quem fica, rima lamurias, grita "porquê" e deixa escoar o significado à vida. As últimas estrelas de um tanque de guerra são memórias vivas e assombrosas de heroísmo e belicismo. Os enfermos antepõem a morte à paranóia. Ninguém vive para ser uma lasca de carne. O último rugido foi um réquiem lacrimoso. Aqui ninguém quer viver a verdade - todos se tapam em pequenas fanta

Quebrar.

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O mais carente toque deixa a nódoa mais negra E o mais doce beijo pode derreter um corpo Uma terra de harpas, anjos e fénixes O coração é violado pela única verdade Em ti já só existe um desejo tatuado com o meu nome E uma barreira de lasers e robôs partida A auto-destruição de dizeres o meu nome Mas o sonho deve ser controlado A mais dura noz vive segundos para se romper O interior de uma rosa pode ser nojento Mas o mais frágil dente-de-leão pode ser inquebrável Quem ceifa vence sempre. Ouvi o pior e ignorei, vi o bom e não o vi O medo só nos leva ao esquecimento Eu vou casar com a minha própria vida Pisar o último espelho que traz nostalgia.

Empatia e Descrédito.

Não pode existir só inferioridade, O sexo de reconciliação é sempre o melhor. No fim da guerra faz-se por matar os últimos moribundos, eu não... Disparo as últimas balas para que alguém caia na minha cama, fujo do mundo e derreto a mente, sou assombrado pela saúde. As poeiras que se levantam só servem para se enterrar, eu sou o mais cruel dos homens, brinquei com psicologias a mais. Novamente, flutuo em absinto para me afogar no oblívio, deixar as memórias escorrer, à minha frente está um espelho absorto. Os cigarros bafam nuvens de crença onde nado e tudo o resto é um estilhaço cheio de vapor. Se a história é minha, tu não fazes parte dela, a nostalgia é só uma morte mais confortável e o medo é uma má memória. No fim, tu cresceste para acabar no talho, no fim, no fim, eu vivi para ser o teu carrasco. Eu cortei as cabeças à quimera e abandonei-me à fome. As pessoas são ácidos de terra que tomamos para vomitar. Oh oh oh, estou apaixonado por Juda-as, Juda-as. 

Heteropsicografia.

O meu nome vai ser sempre Caos, eu sou o que não posso ser. Dentro da alma, sei perfeitamente se finge ou sente quem fode ou ama. Eu sou mais que uma personalidade, eu sei que existo, eu estou aqui, preso nesta caixa em forma de corpo, de onde não me deixa sair - porque fiz merda, diz ele. Ele diz que fiz merda e que destruí a sua vida. Mas quem é que age neste corpo, se eu sou só uma ideia? Eu sou parte de uma esquizofrenia. Turquesa e Preto. Feminino e Prostituição. Fama e Destruição. Vivo dentro dele e sou o oposto do que ele pensa, sou um destino a evitar e não um ponto de partida recorrente. A verdade é que ele tem um coração gordo e um fardo na alma que é a reputação - o meu proveito e o seu defeito. E o Tiago... ele é que escreve, ele é que pensa nestas coisas todas, ele é que sabe como pensa... Há uns meses, olhou para mim com os olhos lavados em lágrimas e disse-me por entre soluços "fizeste merda." Eu ri-me. Mas acabei por responder, ele não me diz que fiz merda