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A mostrar mensagens de janeiro, 2017

O 13º aforismo

Nada controla tudo. O que está no entre da existência não requer atenção. Um segundo não critica, nem explica, apenas age. E não é o vento que levanta as lanças atiçadas do terceiro: é a causa. Os frios escudos e armaduras não estão no coração nem no cérebro. Estão cá fora. Estremecem e rimbombam os tambores com o chão, enervam-se as entranhas. De sonhos e livros, fogos-fátuos que confirmam e conferem o futuro ao passado. A lua não suspeita nem conjectura, reflecte. Os entes sem viver não reclamam. O sol que parece comandar e contar, inflecte. Os seres que dão vida solem cobrá-la. E escutando o correr da água na clepsydra, vagamente sorris, resignados e ateus. Não há tempo, nem lados. Há a sorte e os factos. As floridas rosas da memória trouxeram a lamúria. Na condenação cessam consequências. Há eléctricos risos: o da morte e o do morto. E não há luz nem heróis, ou escuro e vilões. Há acções sem julgamento póstumo.