O 13º aforismo

Nada controla tudo. O que está no entre da existência não requer atenção.
Um segundo não critica, nem explica, apenas age.
E não é o vento que levanta as lanças atiçadas do terceiro: é a causa.
Os frios escudos e armaduras não estão no coração nem no cérebro. Estão cá fora.
Estremecem e rimbombam os tambores com o chão, enervam-se as entranhas.
De sonhos e livros, fogos-fátuos que confirmam e conferem o futuro ao passado.
A lua não suspeita nem conjectura, reflecte. Os entes sem viver não reclamam.
O sol que parece comandar e contar, inflecte. Os seres que dão vida solem cobrá-la.
E escutando o correr da água na clepsydra, vagamente sorris, resignados e ateus.
Não há tempo, nem lados. Há a sorte e os factos.
As floridas rosas da memória trouxeram a lamúria.
Na condenação cessam consequências. Há eléctricos risos: o da morte e o do morto.
E não há luz nem heróis, ou escuro e vilões. Há acções sem julgamento póstumo.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Estalactite

Antígona de Gelo

Furacão de Esmeraldas