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A mostrar mensagens de julho, 2011

"née Black."

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 Vou dizer-lhes que a minha religião és tu.  Eu não choro por ti. A depravação é a vitimização do mundo e enquanto respiraste podia sentir-me seguro. A humanidade e a brutalidade colidiram ao vislumbrar o partir de uma peça de arte. A minha última e melhor tenente - eu nunca amei. Não quis matar por ti, vinguei pelo que me tinham perdido - quando vieram e mataram a serpente, senti a saudade pela primeira vez. Nunca estive pronto para morrer. Vivias sentada num trono de correntes e choques eléctricos enquanto defendias o meu nome. Pronta a morrer por quem nunca acreditou na morte. Só eu posso viver para sempre. Só eu vejo os corações alheios implorarem a libertação enquanto se torturam a si mesmos. Foste a cabra que sempre lutou pelo Mal Maior. E morrer às mãos da traição de sangue é uma forma tão nojenta de morrer. Quando vi a última réstia de ti soltei um pranto sem reparar - o terror fugiu-me sem explicação. Vulnerável, ódio e orgulho. Imortalizado na história, nunca vivi para

CHAOS KILLS.

Cicatrizes e luares, se ao menos vissem a bestialidade do meu coração... A mim já nem os santos salvam, nadei por entre o cosmos rompendo a placenta para o universo ser gerado - um espaço partilhado entre duas alianças, uma serpente e um arco-íris. Das estrelas e sóis, meteoros lacrimejados, o bater do núcleo era uma chuva de meteoros numa bateria. Sem manhã, o pôr-do-sol marca a continuação dos dias de roubo, de almas sem fé. Dois pulmões num mundo venenoso. Nunca se passou nada: os cavalos, simplesmente, chovem, o petróleo gane de prazer e os defuntos escondem-se debaixo da cama. Envolvido no remoinho da droga, o álcool consumiu-me, os dias de ressaca nunca deixaram de o ser - oxalá fossem tradições diárias, como as minhas visitas a um país das maravilhas onde ainda respiro e caminho, onde o toque transforma água em pão e corpo em vinho - canibalismo de um comprimido errado, aqui a única crueldade é a dos gumes. A minha paixão é a vingança e mesmo essa tem preço, vivemos num

descodificar.

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a alma é só mais um pretexto para dar que falar rezamos para que os sinos não transmitam alegria, fomos criados servos, não fomos gerados para amar. somos desilusões de imagens cervicais e bélicas, cantos inaudíveis da apocalíptica fénix, invisíveis na vergonha, desejo parido à inteligência o pejo/nojo dos humanos em não alcançarem sonhos roubamos os restos das esmolas podres para viver sentir não existia até conhecermos de paraísos inóspitos ao próprio desespero, sofremos com a vontade de gritar queremos roubar o que nos foi roubado, o vosso mal regir-se-á por nós. mecanismos e rodas dentadas apreendemos a electricidade magnetismos magenta perdemos norte ao sul há vezes em que temos mesmo de morrer futuristas improváveis escondidos no desdém da ambição sem hora para crescer num dilema de Peter Pan substitutos de órgãos pulsatórios, pilhas e baterias caímos do espaço, estaladas na cara erguemos dedos a problemas, a xerifes, num deserto de robôs fora da lei

Postergo.

Submergir mais destrói-me de pressão. Intentar emergir não vale a pena. Não é a saída que não existe, o problema é que está perdido. Nem vida, nem ar, só água e escuro - ver ou não ver os últimos segundos dá-me igual - são últimos.  Nunca objectivei nem protestei contra as decisões dos outros - nunca fiz a minha vida. Ecos fatais, a imundície de um moribundo banhado no nada para sempre. Persegui a morte para a conquistar como uma mosca ao néon azul. Abraço as pernas e rebolo na submersão. Não entendo enquanto sufoco no êxtase.

Fantasia, uma Realidade.

De grandes passados místicos e religiosos, nasci para ser moldado com base numa realidade altamente influenciada por uma fantasia. Cresci aos olhos de uma cruz que colocavam às minhas costas cada vez que dizia uma palavra que não devia, que não comia os vegetais ou não dormia a tempo certo - era castigado por fazer o que queria, como sempre somos. Aprendi e apreendi milagres e erros desse mesmo fanatismo pelo fantástico e digamos que me apaixonei pela Fantasia, por mundos de quimeras e sonhos-bolhas de sabão, por torres de Marfim e diamantes encravados nas paredes do meu quarto, os meus campos de flores de papel e nuvens de algodão doce. Digamos que passei a viver a realidade do castigo como se a vivesse teatralmente. Aos poucos elaborei o meu protótipo bíblico, a religiosidade baseada nos elementos repetitivos e humanos da minha vida, uma espécie de livro de regras, um livro mental, interiorizado e altamente influenciado pelos momentos de libertinagem intelectual, aquelas ficções da

Coração de Vidro.

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Lágrimas de olhos sem coração. Quem te viu e como te vês? Razão, impulso, amor, medo, devaneio, obsessão... vão três passos do inferno ao céu. Redemoinhos de água num olhar natural, antigos e perfurantes olhos castanhos pela pureza da humanidade. O imaginário apoderou-se do físico, a veracidade da anatomia mudou, a fantasia apoderou-se da mente paranóia e cegueira. Os olhos perdem a cor para o imaterial agora sou uma nuvem, projecção de pavor e sorte mas o teu olhar é fumo. Intrépido pirata zarolho, vagueia em busca de um olho. Treze mares, tatuagens de um vício, "O X marca a sereia que me roubou a visão" Tapas um vazio com uma pala e do outro olho és cego. Mães de filhos esquecidos nestes mares (tentáculos, algas e ondas) rezam para que não voltes a ver a ruína do mundo, rezam pela ignorância da cegueira, para que a tua inocência se mantenha. Mas será a mente o perfeito santuário da sanidade? Será um cego pirata feliz? Coração de vidro - és um

Auto-Sugestão.

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Sento-me na cama, falo sozinho, não sei o que digo, nem me oiço. As palavras que estrago mudam perspectivas, abro um olho de cada vez. Os zombies mentais, lágrimas e suores, (odeio viver) quero sonhar que estou a adormecer. Realidade, veracidade sem sorrisos, ao pouco, tiro muito e sobro eu. Santuário turquesa de diamantes, aqui maravilho-me com esta divisão, os nojos estão fora dos portões de prata, estou na torre mais alta do castelo mais longe neste reino não há rei nem xerife. Santuário turquesa de diamantes, a monotonia da perfeição não farta. Alguém está a chorar. Ao rádio e à aracnofobia, glóbulos vermelhos entoxicados de histeria Balões amarelos, roxos e preguiça, o álcool motoriza-me as veias, sou o motoqueiro embriagado de Santiago. É só isso que quero, é só isso que tenho. Bailam mini-furacões em castelos de cristal, Não sei como me mantive de pé e não fui levado. Ando em linhas rectas, questionam a palidez de nascença, como se de sinais ébr

Abracei-me.

na fuga à realidade existo no refúgio do mundo mantenho-me no meu escuro para lá da Utopia melhor esconderijo que o Olimpo desdenhado por Miguel Ângelo escarlates borboletas invernais defendo-me dos monstros e ursos armados e subnutridos senti o frio do sarcasmo a solidão do niilismo o mundo era meu para comer para lhe tirar as regras e sem medidas as réguas peguei em mim e fugi para a natureza do gelo lá ao fundo da avenida o parque central pistolas e esqueletos sinos e casamentos no corredor e o desgoverno de uma cabra braguilha desapertada saídos do escuro dois corpos perfuram a noite alvos de conjecturas as mãos dasenlaçam-se eu sei a verdade já me bastam as merdas não sou uma desilusão vivo para vos devolver ao chão o caos morreu até no divórcio arruinei a minha própria vida é isto o que me sobra não sou parte da normalidade abracei-me no cantinho do imaginário não sou quem te influencia abracei-me na insegurança do memorando murmúrios s

Quem Puxa o Gatilho.

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As mãos cobertas de sangue e fecho os olhos a mais um. A carnificina não está prestes a acabar. Depois de tudo o que passámos... injectar pólvora nas veias continua a ser a nossa resposta. Deslizou o gatilho, mais vezes do que era necessário - rezei a deus para sentir que estava do lado certo, matei mães aos olhos dos filhos, sobreviveram menos do que morreram. Neste leito sangrento, cemitério de corações, meados de um areal - caíram como a cruz que atei às costas das suas famílias. Ignorados e abandonados, cuidei dos seus corpos, deixei a minha desculpa com eles e as minhas lágrima efeito-zero tiveram nos esburacados corpos do meu revolver. Inóspitos calores e suores, sangue e fogo aberto, "não te preocupes, eu vou regressar para te amar" - e matei-o antes de poder voltar a pensar na pessoa amada. Mulher e filha na sombra do óbito, mais um funeral por um pedaço de pólvora, por ideias ainda a definir. Tememos ganhar. Tememos perder. Nunca tememos destinar prematuramente o

391.

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Sinto-me absolutamente clarificado acerca da ideia de merda. Penso que é uma fantástica parte dos processos criativos. É como oferecer a alguém que amamos, algo completamente genuíno e directamente parte de nós, como um amante entrega o seu coração à sua amada - somos nós como nunca fomos para tal pessoa. Pedaços de merda, não somos? Sempre. Todos. A merda tem sido tudo o que tem sido nada apesar de nada ter sido tudo. É merda, sim? temos de nos familiarizar com conceitos do género cagalhão, caganita, castanho e muitas vezes nauseabundo. Temos de acreditar em nós mesmos como escumalha da sociedade porque é para isso que a sociedade existe, para ser uma sanita de pessoas que, um dia, chega um cego e caga fora da sanita e é aí que nós estamos sempre - as pessoas só acertam quando mijam, é isso que a sociedade quer, chuva dourada na natureza e não acredito que alguém consiga atirar a primeira pedra para a merdanceira toda e dizer "eu sou um cagalhão perfeito." Somos todos merda

O Reino. ii

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Matrimónios nocturnos e coroam-se os milagres, a humanidade sem preciosidade, mais uma vez toma a hóstia. Pisa os ventos da ampulheta, vivemos presos numa praia sem mar. Desejo e vingança, recorrências, de sangue nas veias, são correntes, mil perfeitas razões eu amo vícios sem virtudes. Os esqueletos em minha direcção - morte anunciada, assim se esvai o sangue percorrendo um corredor. Liberdade e amor, vamos fugir daqui, fujam sem mim. O preconceito, tal como Jesus preto - é um cliché. Saremos os pecados do demónio, custa mais não perdoar. Rei deste meu trono, fumo cigarros sem preço, abraço quem me apedrejou, entrego-lhes as minhas mãos cheias de pedras, para nunca mais voltar a sangrar. Enterrado numa multidão de prostitutas, desejam, caprichosas, as minhas roupas - estou nú. Ansiosas por me mirar de cima, só porque desrespeito as merdas da sociedade, Luto pela vida. Estupram-se os puritanos. 4:46 AM São as lágrimas de um povo, Escorro petróleo de uma p

Esquizofrenia a Doer.

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(meter aqui uma citação é destruir parte do texto) Minto dentro de mim sobre o respirar dos pulmões alheios, Afasto-me de famas e como colheres de ódio numa tigela. Onde está a berma, onde é que eu meti a cabeça. Bebi lágrimas como cervejas... mais tragáveis que as demais, procurava campos de flores de papel, sonhos de algodão, bolhas e flautas cantadas pelos anjos. A dor nunca vai amainar. Come a merda da aranha! Mata os que mais amas! Vive o niilismo da merda da mentira que vives, porco bastardo, bebe os vómitos da tua vergonha. Merda, scheiße, mierda, bullshit, dás-me vómitos, aproveita, onde está a minha gata? Direitos e decisões que te levam os medos, Adoro viver marginal à morte. Fofo pequeno coelho teve um colapso emocional foram problemas de cronometração. Ninguém sente o bater do coração de uma cascada mas ela mexe-se, Quem é que significa a vida? Agora a roxo e amarelos fluorescentes, Bebo o meu chá, cálido como a espuma dos sonhos. Vagos olhos azuis qu

Furacão-Ócio.

O Sol rejubila uma variação estival e ultra-violeta. Crianças sopram esperançosas bolhas de sabão, oníricas. Os diamantes turquesa são recorrências cromáticas. As ervas reciclam-me as narinas de nicotina. Nado nas escamas glorificadas que me fazem sem ter. Gélida água duma piscina, calores veraniços. Nostalgia drugadicta, noites na pensativa e amena varanda, Aprazível compaixão entre boas almas. Nocturnas e perversas manifestações da psique, O álcool e as mentais substâncias não são passíveis de rejeição. A música ecoa por cada veia do músculo, Possuídos pela guitarra metálica dançamos sonhos eléctricos. Legalizem a eternidade e o rejuvenescer perpétuo. Quero sonhar comigo para sempre, Onirismo, presunção e felicidade.