Abracei-me.

na fuga à realidade
existo no refúgio do mundo
mantenho-me no meu escuro
para lá da Utopia
melhor esconderijo que o Olimpo

desdenhado por Miguel Ângelo
escarlates borboletas invernais
defendo-me dos monstros
e ursos armados e subnutridos

senti o frio do sarcasmo
a solidão do niilismo
o mundo era meu para comer
para lhe tirar as regras
e sem medidas as réguas

peguei em mim e fugi
para a natureza do gelo
lá ao fundo da avenida
o parque central
pistolas e esqueletos
sinos e casamentos no corredor
e o desgoverno de uma cabra

braguilha desapertada
saídos do escuro
dois corpos perfuram a noite
alvos de conjecturas
as mãos dasenlaçam-se

eu sei a verdade
já me bastam as merdas
não sou uma desilusão
vivo para vos devolver ao chão

o caos morreu até no divórcio
arruinei a minha própria vida
é isto o que me sobra

não sou parte da normalidade
abracei-me no cantinho do imaginário
não sou quem te influencia
abracei-me na insegurança do memorando
murmúrios sou o que o mundo me fez
eu sou uma criança e é assim que me odeiam

Comentários

  1. oh meu deus...

    ainda te queixas....

    tu deixas as pessoas sem palavras, como haverão elas de comentar...

    os teus textos são lindos *.*

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  2. nem sabes o quanto agradeço Ricardo, a sério, muito obrigado :')

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  3. ora essa, não tens de agradecer, se eu não gosta-se nem sequer me dava ao trabalho de comentar, apenas dizia que sim a tudo o que tu me dizias! :)

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  4. mesmo assim, eu tenho de agradecer sempre!

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