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Sinto-me absolutamente clarificado acerca da ideia de merda. Penso que é uma fantástica parte dos processos criativos. É como oferecer a alguém que amamos, algo completamente genuíno e directamente parte de nós, como um amante entrega o seu coração à sua amada - somos nós como nunca fomos para tal pessoa. Pedaços de merda, não somos? Sempre. Todos. A merda tem sido tudo o que tem sido nada apesar de nada ter sido tudo. É merda, sim? temos de nos familiarizar com conceitos do género cagalhão, caganita, castanho e muitas vezes nauseabundo. Temos de acreditar em nós mesmos como escumalha da sociedade porque é para isso que a sociedade existe, para ser uma sanita de pessoas que, um dia, chega um cego e caga fora da sanita e é aí que nós estamos sempre - as pessoas só acertam quando mijam, é isso que a sociedade quer, chuva dourada na natureza e não acredito que alguém consiga atirar a primeira pedra para a merdanceira toda e dizer "eu sou um cagalhão perfeito." Somos todos merda para adubar o mesmo chão. Ao telefone com os nossos problemas, somos merda. O quarto com música às noites de sexta-feira, é merda. Mini-saias que parecem T-shirts, são merda. Tu-do. Mer-da. TUDO UMA MERRRRRRRRDA.

"Eu próprio fui levado a Zurique e ao movimento Dadá por mero acaso."
Hans Richter

Eu por outro lado não saí do sítio onde estou e, por mero acaso, descobri que somos todos merda.

L'amiral cherche une maison à louer. Il est allé au magasin de la maison et a demandé:
zimzim urallala zimzim urullala zimzim zanzibar.
Turned out he wasn't French at all. 


Que horas temos?
Trezentas
e noventa
e uma.

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