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A mostrar mensagens de outubro, 2012

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Um, dois. Um, dois. Um, dois. Toma. Assumo este mundo, enquanto o outro se apodera de mim. Vou ficar bem. Nunca soube onde pertenço, a minha sombra era a minha casa... com eles fiz pausas, era a nossa carta na manga: quebrava o ruído, tornava o feio não-tão-feio, era uma correria infinita, temporária e incansável. O meu santuário. Um, dois. Um, dois. Um, dois. To'b'a. Sempre acordei em dias de chuva, até neles encontrar o único sol, naqueles mesmos risos e sorrisos. E adormecia com visões de mim mesmo a dançar, a rir e a chorar com eles. Passei um ano para provar que a decadência dá lucro - e a maior riqueza são as memórias deles, são a única coisa que me sustenta. "The Time of my Life". Eu era ninguém, e muito menos alguém popular - com sonhos de me tornar num poeta... Um, dois. Um, dois.Um, dois. ... Acabei por ver aqueles sonhos colidir uns com os outros, dividirem-se como a supernova que explode, que nem os milhões de estrelas cadentes a quem já os pedi de

Do Nada, Tudo

Encolhi-me e corri como um louco, fugi para aqui. Escrevo escondido, debaixo de um cobertor, antes da mente, onde a nuvem turquesa não me pode apanhar. Ele são medos, ele são confissões, é a minha religião e sou eu. Vejo-o apoderar-se das minhas mãos, enfiar-mas pela boca e agarrar as palavras que colo ao cérebro , as que não quero dizer - e ao mesmo tempo é a minha cobardia. É um usurário de teorias e sentimentos, espreme-me o coração de tudo o que é mau e bom, para uma mistura de cores fora do espectro lazulite . Como sempre, de fora. É difícil não ser quando somos para ser. No meio de um mar de lágrimas que banha o falso diamante gigante que é o meu imaginário - inexistente como tudo o que aqui existe.  Encontrei gárgulas-angelicais que nunca tinha visto a guardar um portão: milhões de cadáveres flutuam apoiados em citações-bóias. Rosas, campas, cruzes - este é um cemitério sem chaves nem guerras, o dos arrependimentos , e lá no fundo um palácio-sepulcro, e a letras néon: C

3.

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I. Rosas, marfim e diamantes são os meus melhores amigos. II. Isolei-me demasiado tempo na minha mentira-cruz. III. Um reino e uma religião guiaram-me à ruína. IV. Silêncios cinzentos de solidão constante. V. A minha droga é este solo, para mim sagrado. VI. Para quê cantar a electricidade do meu corpo? VII. Senti o gelo ferver o primeiro toque do coração. VIII. Esquecer foi a cor que nunca quis imaginar. IX. Mas amar é a mais reluzente das victórias. X. Dissociar mares e ditar leis, é coisa de Moisés. XI. Finjo que não esvaio, pretendo que me divirto. XII. A perfeição dança a vontade do seu coração. XIII. Deixa que te diga, tens a sorte do meu coração.

Éden

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Não há anestesia que me redima, só fogos derretendo ossos neste corpo corroído pelo meu próprio animal. Inspiro e sorvo rancores indizíveis que me comem os miolos, espremem os olhos e não me deixam sorrir para ti. O Silêncio tem-me morto. Sê a minha âncora e prende-me ao que ainda é Graça; perdoa a margem negra em que vivo atracado, o tudo depreciativo e o meu triste imaginário; obsessões e pressentimentos que me assombram a cada abraço. Sozinho caminho o nosso trapézio, espero nunca o ver cair, quero enterrá-lo até a corda ser chão.

Dormente

Sonho frouxo varrido para o tapete, areia macia que escorre pelo tempo. Renasci à meia noite e um estalo para comprimidos e um bilhete? Duvidar do que a televisão diz, que deus viola e os pais mandam para quê as regras vivas de dentro, se morri tão cedo e fora da caixa? Antes um sorriso anestesiado, prefiro os olhos de quem não vê, os delírios de quem vive mortificado: para quê acordar, quando se vive também, um morto-vivo no cemitério de Hollywood e nada menos que um mártir de cada momento. São os meus anos, eu fujo se quiser, não nego que te quero, mas minto se for preciso, tenho as minhas duvidas e tu devias ter as tuas, sou um cobarde refugiado nas minhas fraquezas. E se não me guiasses, e se eu não me prendesse, choro pelo trauma, pelo que fiz e não faço, por um perdão que ambos desconhecemos. A seita persegue-me na sua incongruência pura, destroçados, espalhados e enlameados, fecho os olhos para acordar novamente cego: Um sonho americano forjado e amar

Hitler, Marcha!

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Percorro o longo o caminho marcado pelo spray de fótons, cada passo é uma nota abaixo nos meus tristes  blues verde-absinto. Nesta terra de bestas e titãs, um peão rebola no moralmente correcto. Abençoado por Maria, afilhado por Marte, não há encantamentos contra a ignorância que me bombeia de gritos. Perdoa-os, traí-me a mim mesmo, rebaixei a condição, ensurdeço no silêncio.