Dormente

Sonho frouxo varrido para o tapete,
areia macia que escorre pelo tempo.
Renasci à meia noite e um estalo
para comprimidos e um bilhete?

Duvidar do que a televisão diz,
que deus viola e os pais mandam
para quê as regras vivas de dentro,
se morri tão cedo e fora da caixa?

Antes um sorriso anestesiado,
prefiro os olhos de quem não vê,
os delírios de quem vive mortificado:
para quê acordar, quando se vive também,
um morto-vivo no cemitério de Hollywood
e nada menos que um mártir de cada momento.

São os meus anos, eu fujo se quiser,
não nego que te quero, mas minto se for preciso,
tenho as minhas duvidas e tu devias ter as tuas,
sou um cobarde refugiado nas minhas fraquezas.
E se não me guiasses, e se eu não me prendesse,
choro pelo trauma, pelo que fiz e não faço,
por um perdão que ambos desconhecemos.

A seita persegue-me na sua incongruência pura,
destroçados, espalhados e enlameados,
fecho os olhos para acordar novamente cego:
Um sonho americano forjado e amarrotado.

CAOS NÃO É CHOQUE.


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