Auto-Sugestão.

Sento-me na cama, falo sozinho,
não sei o que digo, nem me oiço.
As palavras que estrago
mudam perspectivas,
abro um olho de cada vez.
Os zombies mentais,
lágrimas e suores,
(odeio viver)
quero sonhar que estou a adormecer.
Realidade, veracidade sem sorrisos,
ao pouco, tiro muito e sobro eu.

Santuário turquesa de diamantes,
aqui maravilho-me com esta divisão,
os nojos estão fora dos portões de prata,
estou na torre mais alta do castelo mais longe
neste reino não há rei nem xerife.
Santuário turquesa de diamantes,
a monotonia da perfeição não farta.

Alguém está a chorar.

Ao rádio e à aracnofobia,
glóbulos vermelhos entoxicados de histeria
Balões amarelos, roxos e preguiça,
o álcool motoriza-me as veias,
sou o motoqueiro embriagado
de Santiago.

É só isso que quero, é só isso que tenho.

Bailam mini-furacões em castelos de cristal,
Não sei como me mantive de pé e não fui levado.
Ando em linhas rectas, questionam a palidez de nascença,
como se de sinais ébrios se tratasse -
não vomitei.

Acordado e só,
dancei como Cristo me ensinou,
a pé às quinhentas da manhã,
bati palmas, perdoei quem enojou.

A noite foi uma mentira,
a cidade, uma prostituta,
o dia nasceu vermelho do sacrifício.
Socorram-me por todos os brindes,
de tantas quantas vezes me menosprezei,
sejam meus, metade das vezes que fui vosso.
Eu digo que só vocês se destruíram,
só os vossos medos vos violaram,
heróis e ídolos, estalaram que nem gelo:
amar ou dormir não são urgências.

Parece que fui o único a perder o controlo desta vez.
E tive dias em que me senti pior,
e tive noites em que me senti maior.

Só, à noite, chorei murmúrios.
Eu não quero morrer sem quem amo por perto,
eu não quero morrer sem conhecer a realidade,
eu não quero morrer só,
eu não estou pronto para morrer.

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