ultraviole(n)t.

a nossa queda de meteoros desfigurou as nossas caras. estamos numa Ilha de desilusão mútua sem compreender ou comunicar, infectados pela Doença. não nos conhecemos. só o narrador sabe das possibilidades ingratas, entregues de bandeja a quem não tem mãos para segurar, olhos para ver ou boca para saborear. no meu espelho roto eu sou a imagem da decepção.

caminhar de mãos dadas em direcção ao pôr-do-sol. e nunca nada foi melhor do que esperar por melhores dias ao lado um do outro. todas as nossas conversas eram a primeira e nenhuma nos entristeceu... como seria isso possível, se depois da morte só há a boa vida? mas matámos os narradores e a história não prosseguiu da forma como a plantámos.

há demasiadas possibilidades. matei-me e já não sinto. matei-me e o meu corpo só mente. sou posse de uma Nuvem de Fumo, a que melhor conheceste. observar-te traz memórias-chicotadas que não tive e não consegui dizer. observar-te dá-me medo de falar por medo de magoar. caminhar em frente é sentir pregos a cada passo. olhar para o lado é ver que noutro sítio ou vida está tudo bem.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Estalactite

Antígona de Gelo

Furacão de Esmeraldas