black bachelor.

passo a passo sobre um chão turquesa percorre um noivo negro a distância de um funeral. ignorando integridades e sociabilidades, comenta consigo mesmo: limpo à erva a merda que tenho nos sapatos. acendeu um cigarro. fartou-se. ateou um incêncio.

antes de sair de casa acendeu um pau de incenso sobre um aquário. olhou pela janela para se desiludir com o céu enublado. se todas as escolhas que fazemos na vida são entre amor e poder, então o simples facto de ter um coração é uma deficiência. é um erro na arquitectura do corpo.

o céu não lhe permitiu amar o belo. o céu só une os povos quando não há nuvens a tapar a nossa ligação ao sublime. as nuvens reflectem os sentimentos da cidade, tornam-na egotista. na rua, passou por uma mulher que lhe disse "poor baby, sweet child, life's cruel and full of betrayal, that is my only lesson to you". tornou a olhar para o céu para pensar que a lua teria sentido a obrigação de se dissipar.

o cúpido serve à vénus para fazer rir dos mortais. pegou numa pá e, no cemitério de chaves, ao lado do castelo de cristal, decidiu enterrar novamente o coração. não é tempo de sentir. é hora de anestesiar. e pode ser que assim eu parta sem me romper a mim mesmo.

~welcome back.

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