pela praia

à noite os nossos desertos são pardos. mas naquele dia fui cartógrafo de areias negras. bem podia ser petróleo e manchavas o sonho. mas era só erosão de cristais de estanho. as esfinges contam espelhismos pelas esperas. as unhas segredam partos de epiderme que nunca chegou a brotar. não como as memórias. nada se revive, especula-se à distância a incerteza do que passou. sobram laços escarlates, grossos como as ondas da água turva. amargos como a obrigação de chupar o cano a uma pistola. encontras-te sem dissolver na solução de tudo. se as frases se escrevessem em mais do que uma direcção: deixaste em paz.

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