Potencial para o Caos

nós não somos assim tão diferentes, tu e eu.

temos tanques, espingardas e esmagámos cravos. carregámos, abraçámos e disparámos a artilharia botânica. os nervos de aço são o mais azedo algodão doce. a pele tem cócegas eléctricas. pouco originais.

somos alérgicos a ervas daninhas.

o amor flui de formas que não compreendemos. regam-no com auréolas esmagadas. regam-no de sangue onde não existe. perece, morre e faz adoecer. se és tanto como eu penso que és perceberás.

removemos causas para cuidar síntomas.

sangue frio no peito, gelo de pedras quentes. entre arte e desespero encontramos a nossa noção de si. o biográfico feito por mim, feito a mim. a culpa, a inimizade. per speculum aenigmate: somos os nossos próprios inimigos.

eu vou continuar a dizer que a vida é justa.

ter uma segunda oportunidade. e uma segunda... segunda oportunidade. é absurdo continuar a maquilhar a vítima. o silêncio não esquece pesadelos como eu e aquilo que podemos ser.

a grande diferença é não me importar com a solidão. 

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