Clarão

No desfile dos povos em frente à Deusa
Calhou-me uma máscara poligonal
O exército de um.
E desafiámos lâminas em torno da estátua
Da lua feita bode expiatório
Paladino, feiticeiro, xamã.
Recortámos o contorno às saias do vórtice
Sem segunda chance
Só o clarão.
Os destinos não entreluzem tons do céu
A minha prece não permite
Deliberada cegueira.
Luz o encontro das lâminas das javelinas,
Escuda a realidade, relíquia da fantasia,
Crescente sono.
E não há frente para trás, nem traz a frente,
Zigzag do pescoço, as faces irrequietas
Dado lançado! Dado lancetado.
Cai e torna a cair, fronte que se escama
Desliza pelo solo a forte galope
Limpa o sangue, irradia de novo.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Estalactite

Antígona de Gelo

Furacão de Esmeraldas