"the number you have reached is not interested in taking your call, please check the number or try your call again"

quando nos desligamos de tudo e tudo o resto corre bem... será esse o mundo que se quer? como se concília o mundo do que é preciso com o mundo que é querido? posso até afirmar que preciso do que quero, o que torna as coisas mais difíceis do que já são. eu sinto que fui e não sei se ainda o sou, por muito que converse comigo e culpe tudo no que era e não no que sou, eu procuro agora reconciliar o que foi com o que é, o que é preciso com o que é querido, o que é vermelho com o que é azul. mas nem os termómetros o fazem, quando a temperatura é baixa, não pode ser alta, então, o que não queremos (a temperatura baixa) não pode ser o que precisamos (temperatura alta). esforço-me para agradar-me a mim e agradar aos outros, mas a questão é... agradar aos outros é agradar-me a mim?

voltemos ao tempo, quanto não dávamos todos para voltar um segundo que fosse atrás no tempo? escrever é a coisa mais cobarde que faço, está no papel, o que não quero risco, está no computador, o que não quero, apago, mas isto é como a evasão do mundo real onde o que faço não pode ser desfeito e isso é mau, é muito mau.

eu passo-me facilmente com as coisas que não percebo e recentemente, parto pratos a pensar em mim, em como sou assim... ou fui... se me tento arranjar para não o voltar a ser, não sou o que não quero ser e culpo de todo o mal que se me abate. e o problema é mesmo este, eu evado-me de tudo, evado-me do que fui, do que sou, do que não quero ser. perguntas para quê se não há respostas? se as respostas estão em mim, encobertas pela inverosimilhança da minha infantilidade, pelo que efemeramente sou... e se recupero um império? se o extravio de quem mo tirou... não volto aos velhos hábitos?

há que engarrafar este conto de fadas e escrever um romance real, em vez das meias palavras que escrevo assim... mas não o sou capaz, eu posso fartar-me de escrever, procurar outros mundos e aprender a escrever coisas diferentes, mas nunca mais vou conseguir escrever realmente o que sinto, pois embaraça-me, pois humilha-me, pois destrói-me. é o medo da sufocação e o medo da libertação, se todos me atacarem com perguntas e se todos me deixarem por respostas, esse é o maior medo que tenho.

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