Les Morts Ne Parlent Pas

Excelência, como vai a miséria? Disseram-me que os mortos não falam. Mas há uma propensão cadavérica à estimação, ao amor pelas larvas. O veneno fica-te bem, a palidez é claramente a tua cor. Olha a verdura da inveja encher veias, e o pavoneio sobre essa fossa no chão.

Ladrões no tempo. Ter o dom narrativo de subir, escolher, dissecar e volver. Mais do que isso só te vi o menos que preferiste mostrar. O queixo ganha músculos de tantas vezes se levantar. Imagina o resto do corpo cujo oceano é um mar de tinta negra petroleira. Tanta gente a nadar para cima em torno da luz. Tão poucos vêm que lá em baixo há um brilho tão mais estranho.

Se alguma coisa, posso pedir honra entre os ladrões? Ou esperar que os moliceiros afundem e com eles os legados. Expatriar para ilhas pacíficas o que me foi expropriado? Insultos uma vez em brincadeira, duas vezes a caminhar a prancha, três vezes, um oceano é um caixão. Disseram-me que os mortos não contam histórias. Tu ensinaste-me a calar um segredo.

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