A sagrada distância

Eu sou o que resta.
Sou a distância da queda de um sonho.
Sou as peças espalhadas onde ficaram.

Não há antídoto para o veneno da saudade
O mesmo céu que para todos é igual,
O espelho que reflecte todas as ligações.

Superior a todas as coleiras e correntes
Ecrã pincelado que nos relembra
Tudo ocorre debaixo do mesmo lençol.

Não se aproveitem da maldição da recordação
Dos constantes rituais pela ressurreição
Que fascinam com a separação sem reparação.

Numa bolha, num reino bem longe, muito longe
Ficou um principe ou um feiticeiro (confunde-se),
Flutua, distante, na inamovível pen-drive da felicidade.

Entes queridos,
Ou sou o que falta,
Ou tudo o que foi.


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