estas torres
nestas campas já não dançam mais
mas há tronos montados por cima deste pandemónio
clamam-se heróis, a pompa à trombeta,
mas como podem correr os nossos cavalos
e como continuam a tentar competir
como podem competir quando deixarem de correr
como podem repetir quando o sangue escorrer
talvez fossem mais heróis fazendo-os seguir,
devolvendo os cavalos às respectivas veias
e revolver, revolver, revolver
nas ruas levanta-se o mais hediondo
e o mais perverso e o mais pestilento e desprezível
odor das sarjetas que entupimos com corpos
(esta é a autêntica visão do Estige,
já não é mito, olha adiante,...
e como queria poder tapar-te os olhos...)
um a um, e dois a dois, e famílias inteiras
mas o que conta não é desentupir
é apontar o dedo, dizer que foi este ou aquele
pareço velho, pareço viver noutra zona da capital,
com os meus velhos ditados:
o destino só é deixado à chance.
e um a um e dois a dois e famílias inteiras
sem enumerar que só a morte nos reúne
não há que saber distinguir o certo do errado
há que reconhecer como devíamos
pertencer todos juntos
quando só nos delimitamos
como é possível sorrir à luz da tempestade
como é possível erguer o lábio para sugar este veneno
como é possível deixar os nossos futuros cerrados
"eu sei. está tudo mal. por direito nem merecemos estar aqui. mas estamos. é como nas grandes histórias. as que realmente importam. cheias de escuridão e perigo. e por vezes nem queríamos saber do fim. porque... como é que se podia ser feliz no fim? como é que o mundo pode voltar ao que era de antes? mas no fim, é só passageira, esta sombra. até a escuridão tem de passar. um novo dia tem de vir. e quando o sol brilhar, vai brilhar mais forte e mais claro. essas eram as histórias que ficaram connosco. as que importavam. mesmo quando éramos demasiado pequenos para compreender porquê. mas penso que compreendo. sei agora. as pessoas nessas histórias tinham muitas hipóteses de voltar para trás, mas não voltavam. continuavam em frente. porque se agarravam a algo que lhes importava!"
mas há tronos montados por cima deste pandemónio
clamam-se heróis, a pompa à trombeta,
mas como podem correr os nossos cavalos
e como continuam a tentar competir
como podem competir quando deixarem de correr
como podem repetir quando o sangue escorrer
talvez fossem mais heróis fazendo-os seguir,
devolvendo os cavalos às respectivas veias
e revolver, revolver, revolver
nas ruas levanta-se o mais hediondo
e o mais perverso e o mais pestilento e desprezível
odor das sarjetas que entupimos com corpos
(esta é a autêntica visão do Estige,
já não é mito, olha adiante,...
e como queria poder tapar-te os olhos...)
um a um, e dois a dois, e famílias inteiras
mas o que conta não é desentupir
é apontar o dedo, dizer que foi este ou aquele
pareço velho, pareço viver noutra zona da capital,
com os meus velhos ditados:
o destino só é deixado à chance.
e um a um e dois a dois e famílias inteiras
sem enumerar que só a morte nos reúne
não há que saber distinguir o certo do errado
há que reconhecer como devíamos
pertencer todos juntos
quando só nos delimitamos
como é possível sorrir à luz da tempestade
como é possível erguer o lábio para sugar este veneno
como é possível deixar os nossos futuros cerrados
"eu sei. está tudo mal. por direito nem merecemos estar aqui. mas estamos. é como nas grandes histórias. as que realmente importam. cheias de escuridão e perigo. e por vezes nem queríamos saber do fim. porque... como é que se podia ser feliz no fim? como é que o mundo pode voltar ao que era de antes? mas no fim, é só passageira, esta sombra. até a escuridão tem de passar. um novo dia tem de vir. e quando o sol brilhar, vai brilhar mais forte e mais claro. essas eram as histórias que ficaram connosco. as que importavam. mesmo quando éramos demasiado pequenos para compreender porquê. mas penso que compreendo. sei agora. as pessoas nessas histórias tinham muitas hipóteses de voltar para trás, mas não voltavam. continuavam em frente. porque se agarravam a algo que lhes importava!"
Comentários
Enviar um comentário