A Parte

Quanto tempo falta? Para que a peça de gramática
Configure um jardim de granito, frígida arte?
Para desabrochar no alvo, da derradeira aurática,
Quanto falta, cadáver, para encontrar aquela parte?

De um puzzle subtil, para fazer da alma o Atlas
E demolir as peças de armaduras de papel, 
Afim de contemplar rio, ao espelho, montanhas altas
A gelar na ideologia infernal que soluça fel?

Nunca me coube o papel de conhecer os teus Ídolos,
As badaladas das beladonas, prismas, estátuas de lodo,
De peitos martelados e frontes derretidas — Amor,

O Teu — não mais que penumbra perversa, sombra
Do ceifar da própria Morte, a rodopiar como um morcego,
Faz brotar em espirais espinhos nas roseiras do cérebro!

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Estalactite

Furacão de Esmeraldas

Antígona de Gelo