jungle.

"welcome to the jungle, we got fun and games"

bem vindos a uma nova loucura habitual, a um sítio onde tudo é desconhecido, onde vamos encontrar o que não conhecemos, o que desconhecemos e o que nem sonhamos vir a conhecer. bem vindos a uma redundância e a um ponto de interrogação, não se sabe se será mesmo uma redundância. tudo é insano num mundo louco.

bem vindos à selva que todos procuram, as luzes da ribalta focadas em cada um, as luzes da estrada e dos carros que passam por nós e as luzes das lanternas que procuram algo a baterem-nos nos olhos. o reconhecimento é feito aos poucos e poucos e a cada dia passageiro se recriam mais espaços mentais, tornando-nos uma representação espectral do que pensamos ser a fama.

bem vindos à incessante busca pela razão, ao mundo como as rosas o viram, onde todas as árvores foram cortadas por severas cutiladas, onde o chão é irregular, cheio de covas e nada mesmo faz o mínimo sentido. onde caía a chuva de Novembro e nos deram as bem vindas à selva. e, doce criança minha, digo-te que vais passar pela cidade paradisíaca para poderes bater às portas dos céus.

aconselho que rezem, diariamente, especialmente aconselho-o aos que pensam saber tudo o que vão encontrar nesta selva, aos que pesquisam sobre o seu futuro, aos que tudo planeia - e Deus me ajude no reconto de uma vida crítica.

bem vindos a um sítio onde tudo é natural e ao mesmo tempo anti-natura, aqui onde tudo o que se faz tem e contradiz o nexo. novas raízes, novos troncos, novas folhas - nada é velho num mundo novo, nada é velho no que acaba de sair da fábrica. tudo cresce da terra e tudo está ao nosso dispor se a alma não é pequena - mas há mortes necessárias, sempre as houve.

é como que uma limpeza ao velho jardim das traseiras, tiramos de lá as ervas daninhas e os cadáveres decompostos e plantamos sete arranha-céus cheios de publicidade e ícones em néon. é como tirar o nosso próprio coração e substituí-lo por um metrónomo sempre no mesmo tom, monótono, incessante e chato.

onde o verde é cinzento e o azul é cinzento, onde os troncos são de metal e as folhas são de vidro. onde o que outrora foi natural é agora alterado, bem vindos à selva onde todos estamos e sem a qual não existimos. agradeço o esforço.

" É tudo (...)"


"welcome to the jungle, watch it bring down"

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Estalactite

Antígona de Gelo

Furacão de Esmeraldas