El Diablo.

Vampiros que vestem Dolce & Gabanna, vampiros na passagem de modelos, derramo vómitos roxos mais luxuosos quando estou para lá da ebriedade.

Corre, corre avestruz, corre, corre,
enterra a cabeça na areia quando souberes o que é o nazismo.

Eu sou o diabo, um grande pedaço de nojo,
ridicularizo-me como aos outros, cravo pecados na tua mente.
Impossível escapatória, encontra-me à noite no centro das tuas rezas,
sou o teu depravado desejo de violações vampirescas.
Do orgulho, sou Lúcifer, santo anjo encornado,
reino na presunção dos pecadores, crucificados e humilhados,
ganhámos e acabámos.
De vestes vermelhas, perversão e rubis,
acompanha-me a Santa Puta, lá do fim.
Do ciúme, sou Leviatã e invejo a enterrada que riu dos meus medos.
Morcegos deserdados dos domínios nocturnos, o sangue é absinto.
No azul profundo aguardo lágrimas de inveja cultural,
ardidas as veias da resistência, gela-me o sangue pelos defuntos.
Da cólera, sou Azazel e indigno-me com minorias,
sou a ira lançada pelo mundo, um deus-Ares católico.
A diferença é o Calvário nosso de cada dia,
destruindo a sua exposição, o mundo são formigas trabalhadoras.
Narandja é o sangue banhado ao sol, sete tiros numa cabra, uma noite.
Da preguiça, sou Belfegor acamado sobre a lida do povo,
tenho a fama de não fazer o que não é de ser feito.
Estico-me e adormeço no meu ócio.
No largo azul, espero pobres almas dormentes,
Não preciso para sobreviver, não faço por não necessitar.
Da cobiça, sou Mamon, dá-me o dinheiro ou sustenho a respiração.
De roxo e ouros, aqui é a rameira que paga,
não remunero a compensação da luxúria alheia.
O ouro por que vendi a salvação é meu.
Da gula, sou Belzebu, único rei das moscas.
Alimento-me do encontro, sangue e suor, um cocktail.
A minha pistola regurgita ninhos de nojo,
atravesso angélicos crânios para deles me alimentar.
Encéfalos e veias, diabólicos manjares divinos.
Da luxúria, sou Asmodeus, o depravado masturbatório.
A letra ejacula do pervertido onanismo.
Prazer cómico do ridículo que prostitui a mente.
Esmago caninos, colares sado-masoquistas,
sou eu que transformo sangue em vinho.

Sou assim de horrível.

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