Outro Dos Repositórios

Aos tempos mais que perdidos que não passámos juntos. Vejo no cair das estrelas um reflexo tão magnifico quanto triste. Como o fabulado cantar do cisne morrente. Mas vejo na fixidez das outras um perdurar que te acompanha: uma estaticidade, uma invulnerabilidade à decadência, um palco santo. Somos puzzles como os gregos diziam, de opostos que se atraem, de iguais que se repelem, num magnetismo pré-determinado. Há faíscas nos nossos olhares e muitas vezes temo por elas. Há uma grande nódoa negra no sol de hoje. Há luzes que não servem para mais nada se não aterrorizar-nos com a imensidão das nossas sombras. Tu fazes-me sentir humanesco: um animal no corpo de outro que se via superior, porém, nada mais que um animal.

Quem me dera saber aguentar, mas resguardo-me em cigarros e ídolos e deixo estas notas. Já não posso limpar a merda dos nossos sapatos, mas que fique pelos pés, os corpos são nossos. O tempo distende-se e os comprimidos não fazem o tempo voltar atrás... só o poderiam parar. Para sempre. Sorrisos parvos e lágrimas que nunca mais quero verter. E palavras, por favor, palavras que me acudam.

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